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Quarta geração dá à luz uma “nova” Bial após 100 anos de vida

A maior farmacêutica portuguesa, que é controlada pela família Portela, decidiu renovar a marca corporativa, com o CEO a enaltecer o orgulho dos “bialers”.

'A Bial é hoje uma empresa diferente', afirma o CEO da empresa, que renovou a marca corporativa.
"A Bial é hoje uma empresa diferente", afirma o CEO da empresa, que renovou a marca corporativa. D.R.
23 de Julho de 2025 às 07:00

Em 1919, o jovem Álvaro Portela, filho de merceeiro, trabalhava como paquete na portuense Farmácia do Padrão, tendo sugerido ao patrão, o Sr. Almeida, a criação de um laboratório industrial para fazer a manipulação dos medicamentos.

“Tentaram então registar a nova empresa como ‘Laboratórios Biol’ (de Biologia), mas sem sucesso. Surgiu então a ideia de tentar Bial - com ‘Bi’, que é prefixo de repetição; e ‘al’, que é a sílaba repetida em Álvaro e em Almeida. E assim nasceu a Bial”, em 1924, já com Portela sozinho à frente da empresa.

Em 1972, após a morte do pai, António Emílio Portela - filho do fundador da Bial e que liderou a empresa durante 10 anos -, Luís Portela ainda tentou vender a sua participação na farmacêutica.

Sem sucesso, o médico decidiu abandonar um doutoramento em Londres e recuperar a companhia criada pelo seu avô. Assume a presidência da Bial em 1979 e decide, uma década depois, fazer o que nunca ninguém havia feito em Portugal: em 1993, três anos depois de ter arrancado as suas atividades em inovação, a Bial inaugurava um avançado centro de I&D, onde viria a nascer o primeiro medicamento de investigação portuguesa.

Em 2009, ao fim de 15 anos de investigação e perto de 400 milhões de euros de investimento, a Bial lançava o primeiro fármaco de raiz portuguesa - o antiepilético Zebinix -, tendo sete anos depois, após 11 anos de I&D e 280 milhões de euros, arrancado com a comercialização do antiparkinsoniano Ongentys.

Desde janeiro de 2011 liderada pelo seu filho António Portela, a Bial é hoje reconhecida internacionalmente ao nível das neurociências, dos Estados Unidos ao Japão, continuando a aplicar em inovação cerca de 20% da sua faturação – que foi de 337 milhões de euros no ano passado -, sendo a empresa industrial portuguesa que mais investe em I&D, onde trabalha mais de uma centena dos seus cerca de 900 trabalhadores, de duas dezenas de nacionalidades.

E tem em desenvolvimento o processo de investigação com vista a lançar um novo medicamento para a doença de Parkinson ainda nesta década, fazendo também parte da sua estratégia trazer para o mercado fármacos dedicados à área das doenças raras.

“A Bial é hoje uma empresa diferente”

Entretanto, ao longo de 2024, ano em que celebrou 100 anos de vida, a Bial esteve a trabalhar no processo de renovação da narrativa e imagem da companhia, anunciando agora aquilo que classifica como “um passo decisivo na sua trajetória de evolução, apresentando um novo propósito, missão e valores, reunidos numa identidade corporativa única e renovada”.

“A ‘nova’ Bial reflete a transformação profunda que a empresa viveu, particularmente ao longo dos últimos quinze anos, consolidando-se como uma farmacêutica internacional de inovação. Hoje, a Bial conta com medicamentos próprios comercializados à escala global e destaca-se como um dos principais protagonistas no panorama empresarial e na investigação biomédica nacional”, enfatiza a empresa, em comunicado, esta quarta-feira, 23 de julho.

Para António Portela, CEO da empresa, “a Bial é hoje uma empresa diferente. E esta evolução reafirma os valores do passado e o nosso legado, mas, acima de tudo, espelha o nosso compromisso com o futuro. Mantemos firme a nossa missão na área da saúde, cada vez mais conscientes do impacto que queremos deixar na ciência, na sociedade e, sobretudo, nas pessoas”, assinala.

“A nova missão traduz aquilo que somos e fazemos diariamente. Os novos valores refletem a forma como se colabora, como se cresce na empresa e aquilo que define cada um dos nossos colaboradores, os ‘bialers’. Tudo isto foi materializado numa nova identidade visual, que representa aquilo que a Bial é hoje e o que quer ser no futuro: parceiros na vida e para a vida, sempre orientados para a excelência na ciência e na investigação que desenvolvemos”, conclui António Portela.

A nova identidade visual da maior farmacêutica portuguesa tem a assinatura da agência Ivity Brand Corp, cujo presidente, Carlos Coelho, considera que “a nova marca Bial expressa a sua alma forte, bem enraizada e com os olhos postos no futuro”.

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