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Salvador de Mello: "É evidente que há uma dependência do setor privado face ao Estado"

O presidente do Health Cluster Portugal admite que há uma dependência do setor privado da saúde face ao Estado mas considera que "isso não tem mal". É uma inevitabilidade dado o peso do Estado nesta área e pode até ser vantajoso para que as empresas portuguesas na área da saúde possam afirmar-se lá fora, defende.

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15 de Novembro de 2020 às 12:00

Existe uma dependência face ao Estado, não há nenhum mal nisso, pelo contrário até pode ser vantajoso. É desta forma que Salvador de Mello fala sobre a relação de interdependência entre o setor privado e o SNS numa entrevista concedida ao Negócios e à Antena 1 que irá para o ar este domingo às 12h e será publicada na edição de segunda-feira do Negócios.

"A prestação [de cuidados de saúde]no Estado tem uma dimensão muito significativa. Quem atua em Portugal, é difícil não contar com a prestação do Estado porque senão não se estabelece", começa por explicar Salvador de Mello, na qualidade de presidente do Health Cluster Portugal.

"O setor prestador do Estado é de facto muito significativo em Portugal e portanto é evidente que há uma dependência do setor prestador face ao Estado, mas isso não tem mal", afirma. "Pode ser até um contributo muito importante para que as empresas ganhem força para se afirmar lá fora. E isso é aquilo que defendemos. É que a partir de uma base nacional, as empresas se exponham mais a mercados externos, que vão procurar mercados".

Para isso, é fundamental que o setor seja visto como uma atividade económica que vai muito para lá da prestação de cuidados de saúde e que sejam removidos os atuais custos de contexto. E aponta três exemplos: o primeiro é que "o Estado está demasiado focado no preço e não tem uma perspetiva desenvolvimentista do setor, e portanto valoriza pouco a qualidade", o que leva a que as empresas desta área se desinteressem de Portugal.

O segundo é a "taxação excessiva", que é agravada nesta proposta de Orçamento do Estado que está atualmente em discussão no Parlamento. "Ainda agora em sede de Orçamento do Estado mais uma vez querem tributar o setor dos dispositivos e também a indústria farmacêutica", lamenta.

E finalmente, aponta um "terceiro aspeto muito importante nos custos de contexto: "os licenciamentos, que são muito burocráticos". 

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