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Tarifas “prejudicam cuidados aos doentes". Farmacêuticas europeias estimam custo de 18 mil milhões

Federação Europeia da Indústria Farmacêutica avisa que o acordo entre Bruxelas e Washington “quebra um compromisso de 30 anos” e prejudicará os cuidados aos doentes. Em Portugal, a APIFARMA diz apenas estar alinhada com esta posição.

Farmacêuticas
Farmacêuticas AP Images
21 de Agosto de 2025 às 17:22

O acordo anunciado nesta quinta-feira entre a União Europeia e os Estados Unidos para as tarifas representa a “quebra de um compromisso de 30 anos entre os governos para proteger os doentes, eliminando tarifas sobre medicamentos inovadores e seus componentes”. É esta a posição da Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) após o anúncio do entendimento entre Bruxelas e Washington. A federação pede isenções para medicamentos inovadores. Em Portugal, a APIFARMA, associação do setor, remete para a posição da congénere europeia.

A indústria farmacêutica era uma sobre as quais havia uma indefinição sobre as tarifas, que ficou resolvida com o anúncio segundo o qual a indústria será sujeita à tarifa de 15%. Segundo a entidade, o custo estimado da tarifa de 15% sobre as exportações farmacêuticas para os EUA equivale a cerca de 18 mil milhões de euros. Em 2024, o setor farmacêutico europeu “exportou 120 mil milhões de euros para os EUA, em comparação com 38,9 mil milhões de euros para automóveis”, enfatiza a federação.

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A EFPIA calcula que o custo da tarifa de 15% sobre as exportações farmacêuticas para os EUA é de cerca de 18 mil milhões de euros.

“Com uma tarifa potencial de 15% dos EUA sobre produtos farmacêuticos, sem um caminho claro para isenções para medicamentos inovadores e sem visibilidade sobre futuras políticas comerciais e de preços, continuamos preocupados com o futuro dos doentes e do nosso setor na Europa”, entende Nathalie Moll, Diretora Geral da EFPIA, citada no comunicado da entidade

A EFPIA acrescenta que a imposição de tarifas vai prejudicar os cuidados aos doentes e a indústria nos dois lados do Atlântico, afetando o acesso dos doentes e construindo barreiras à investigação e desenvolvimento globais.

“Não é o caminho para a resiliência nacional, o aumento da produção ou a melhoria dos cuidados aos doentes”, continua a diretora geral. “Estas barreiras afetam a nossa capacidade de colaborar na descoberta de novos tratamentos para enfrentar os desafios globais em matéria da saúde, desviando milhares de milhões de euros da investigação médica. À medida que as discussões sobre as isenções prosseguem, instamos a UE e os Estados-Membros a garantirem isenções para medicamentos inovadores, a fim de proteger os doentes e garantir a competitividade da indústria farmacêutica da UE”.

A APIFARMA encontra-se alinhada com o posicionamento defendido pela EFPIA e continuará a acompanhar o evoluir da situação.

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