PSD: Parceiros sociais "foram obrigados" a aceitar desconto na TSU
O presidente da bancada parlamentar social-democrata acusou o primeiro-ministro António Costa e a líder bloquista Catarina Martins de terem acordado entre si o aumento do salário mínimo e que os parceiros sociais foram "obrigados" a aceitar o desconto na Taxa Social Única (TSU) quando confrontados com a subida da remuneração para os 557 euros.
PUB
"Os parceiros sociais foram obrigados a aceitar o desconto que lhes estava a ser oferecido. O Dr. António Costa sentou-se com a deputada Catarina Martins e acordaram a subida do salário mínimo para os 557 euros e depois simulou a concertação social. Claro que os parceiros sociais aceitaram minorar o efeito do salário mínimo nas circunstâncias em que governo o fez", disse esta sexta-feira, 20 de Janeiro, Luís Montenegro, no programa "10 minutos" da SIC Notícias.
Reafirmando a decisão de votar contra o decreto-lei da descida em 1,25 pontos percentuais da TSU – cuja apreciação parlamentar foi requerida pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda – o deputado garantiu que o PSD não está "contra os patrões" nesta atitude, justificando que esta política pretende "subsidiar o salário mínimo" a não associar o aumento à produtividade.
PUB
Questionado sobre se a posição perante este decreto não põe em causa o que tinha sido defendido pelo vice-presidente social-democrata Marco António Costa - que pedia que a descida da TSU abrangesse também as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e as misericórdias -, o líder parlamentar diz que, com este voto, todos são tratados da mesma forma: "Vamos votar contra, o que quer dizer que as consequências são iguais para a empresas e para o sector social."
O Governo chegou a acordo na concertação social, com patrões e UGT, para aumentar o salário mínimo este ano de 530 para 557 euros. Em troca, o Executivo comprometeu-se a baixar a TSU em 1,25 pontos percentuais para as empresas que pagam salário mínimo. O novo salário mínimo está em vigor desde 1 de Janeiro. Já o decreto-lei que concretiza a redução da TSU foi aprovado e promulgado no início da semana, em menos de 48 horas.
PUB
O PSD anunciou na semana passada que votará ao lado dos parceiros do Governo - contra o decreto - pondo em causa o acordo de concertação social alcançado em Dezembro de 2016. O debate parlamentar do decreto ocorre a 25 de Janeiro.
Montenegro garantiu ainda que o partido está "muito unido" em torno do voto contra e que a sociedade também está ao lado do PSD nesta matéria. E voltou a questionar a legitimidade eleitoral do Governo PS e o acordo feito à esquerda:
PUB
"Esta gente, estes protagonistas, quiseram derrubar o Governo anterior. Têm de ser consequentes com a maioria duradoura e sólida que prometeram ao país."
O Presidente da República vai encontrar-se esta sexta-feira e na próxima segunda-feira com os patrões e a UGT. Em cima da mesa, sabe o Negócios, estará a polémica em torno da redução da TSU.
PUB
Montenegro não quis ainda antecipar a decisão do PSD, caso a questão das PPP da saúde – contra a qual se insurgem os partidos à esquerda do PS – chegue ao parlamento.
"Ainda ontem ficou claro que há uma divergência profunda entre os partidos que suportam o Governo a propósito das PPP na saúde. Que os partidos que suportam o Governo possam ter opiniões diferentes, é legítimo. Agora que sejam eles próprios a querer tirar o tapete aos ministros e às suas políticas, isso já é intolerável do ponto de vista democrático," afirmou.
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Taxa Social Única Catarina Martins Dr. António Costa Luís Montenegro SIC Notícias Marco António Costa política economia negócios e finanças executivo (governo) governo (sistema)Adam Smith aos 250 anos
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda