Um negócio "bifocado" no passado e no futuro

A POLO tem uma longa história no negócio das lentes oftálmicas. E, actualmente, exporta mais de metade da sua produção
Francisco Cardoso Pinto 31 de Maio de 2011 às 12:49

Nasceu há 44 anos (1967) para produzir lentes unifocais. Na década de oitenta acompanhou a evolução do produto e lançou-se no fabrico das bifocais. Hoje, junta a estas as progressivas, sem, no entanto perder o mercado que ainda possui para as "ultrapassadas" lentes bifocais. Olhando para o percurso da empresa esse parece ser o seu lema: olhar para o futuro, sem esquecer o passado.

Em 1980, a empresa atingiu o seu máximo de produção com um registo de 300 mil lentes unifocais a saírem todos os meses da fábrica, das quais 97% eram destinadas a exportação (Europa e EUA).

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Com o evoluir das lentes ópticas e o aumento de salários registado na década de oitenta, a empresa passou por alguma dificuldades e decidiu apostar no novo produto - à data, tratava-se da tecnologicamente avançada lente bifocal.

Actualmente a empresa é o maior produtor europeu de lentes bifocais, uma vez que também é o único fabricante deste tipo de lentes no velho continente. Os responsáveis da empresa consideram haver ainda um mercado que justifica o investimento e os números parecem dar-lhes razão. A empresa fabrica cerca de duas mil lentes bifocais por dia e, embora as encomendas tenham apresentado um decréscimo (2010 registou uma queda de 19,1%) o que é facto é que, no ano passado, a empresa recebeu quase 350 mil encomendas para este tipo de lentes tendo facturado mais de três milhões de euros.

Em 2006, perante a conclusão de que as lentes progressivas já representavam mais de 90% do mercado português, a POLO viu-se obrigada a fazer novo investimento e, a troco de cerca de três milhões de euros, adquiriu a tecnologia necessária para fabricar as mais avançadas lentes progressivas do mercado e criou a FIBO - Fábrica Ibérica de Óptica para comercializar o novo produto.

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As empresas exportam actualmente 63% da sua produção com destino para a Alemanha, França, Irlanda e Norte de África, no caso das bifocais, e Alemanha, Espanha e Cabo Verde no caso da progressivas.

O futuro passa por consolidar o mercado das lentes progressivas (facturou 1,3 milhões de euros em 2010) e a conquista de novos mercados para este produto.

Perguntas a ...

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ARMANDO GUIMARÃES

ADMINISTRADOR DA POLO, SA

"Estamos a sondar o mercado de Angola. Achamos que é um mercado com grande potencial"

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O mercado das lentes oftálmicas tem sofrido uma evolução tecnológica assinalável nos últimos 40 anos. Este facto tem obrigado a empresa a adaptar-se às novas condições do mercado.

Ainda há procura para lentes bifocais, com o aparecimento das progressivas?

Ainda há procura e nós produzimos cerca de duas mil lentes bifocais por dia. As pessoas de idade ainda continuam a procurar. Habituaram-se e agora já não vão mudar para a lente progressiva.

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Mas de qualquer forma é um produto que tem uma "esperança de vida" curta...

É um produto que está em decadência. Há uns nichos de mercado ainda, mas é um produto ultrapassado pela progressiva e por isso tivemos que nos adaptar. Em 2006 começámos a ver que o vidro estava a ser ultrapassado com o aparecimento de novos materiais plásticos, por isso a empresa decidiu criar uma nova empresa, a FIBO - Fábrica Ibérica de Óptica, que se destinava a comercializar as lentes plásticas progressivas. Fizemos um investimento de cerca de três milhões de euros e que nos permite fazer lentes progressivas à medida dos clientes. É como fazer um fato à medida.

Como está a correr?

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O nosso volume de vendas divide -se em 63% respeitante a exportação e 37% respeitante ao mercado interno. A POLO facturou três milhões e cinquenta e dois mil euros e a Fibo facturou um milhão e trezentos mil euros. As lentes de vidro [bifocais] exportamos para a Alemanha, França, Irlanda e também alguma coisa para o Norte de África. As lentes plásticas [progressivas] ainda só exportamos para Alemanha, Espanha e Cabo Verde. Estamos a sondar o mercado de Angola. Achamos que é um mercado também com um potencial grande.

Ideias-chave

Começou num esforço de desenvolver o interior do País e o caminho deverá levar a abertura de filial em espanha

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1. Único alvará existente a nível nacional

A POLO foi constituída em 1967, em Vila Real, porque, à data, numa política de desenvolvimento do interior do País, o único alvará existente a nível nacional era para essa cidade.

2. Exportadora desde o início

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Desde a sua constituição que a POLO tem uma forte componente exportadora. Na década de 80, 97% da sua produção era para exportação. Hoje cifra-se nos 63%.

3. Angola em estudo

A empresa está actualmente a estudar a hipótese de exportar para Angola, um mercado que, reconhece, tem "grande potencial".

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4. Internacionalização em estudo

A abertura de filiais fora de Portugal também está a ser estudada pelos responsáveis da empresa. Actualmente, a hipótese mais forte é Espanha, devendo haver decisões a esse respeito em 2013.

5. Maior empregador de Vila Real

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A POLO é actualmente o maior empregador de Vila Real, empregando 84 trabalhadores.

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