BBVA tem até terça-feira para melhorar oferta sobre Sabadell
O BBVA tem até terça-feira para melhorar a sua oferta aos acionistas do banco espanhol Sabadell, na esperança de uma OPA bem-sucedida, mas tudo indica que o presidente vai cumprir a palavra e manter a proposta.
Desde 08 de setembro e até 07 de outubro, os acionistas do Banco Sabadell podem aceitar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA, que envolve o recebimento de uma nova ação do grupo e 70 cêntimos em dinheiro por cada 5,5483 ações do banco catalão.
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Atualmente, com base nos dados do fecho da bolsa de sexta-feira, os acionistas do Banco Sabadell perdem 7,64% do seu investimento. Isto significa que, por cada 10.000 euros investidos em ações do grupo, receberiam 9.235,78 euros em ações do BBVA e dinheiro.
Ou seja, com a proposta de troca, perderiam 764,22 euros do valor do seu investimento, o que explicaria o facto de, até à data, nenhum dos acionistas minoritários do Sabadell, que são clientes do banco, tenham aceitado a oferta.
"Como a cerveja, 0,0", gracejou o presidente executivo (CEO) do Sabadell, César González-Bueno, na passada sexta-feira.
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Dado o prazo de 30 dias, que termina em 07 de outubro, o BBVA tem até à próxima terça-feira, 23 de setembro, para melhorar a sua oferta, de acordo com os analistas, embora a cúpula do banco tenha insistido repetidamente que não o fará.
Em 12 de setembro, O Conselho de Administração do Sabadell rejeitou por unanimidade a OPA hostil do BBVA de que é alvo e recomendou aos acionistas que não vendam as respetivas ações, sublinhando que o fariam por um valor insuficiente.
O banco juntou à comunicação enviada ao regulador do mercado espanhol, a CNMV, relatórios e estudos financeiros que encomendou aos bancos de investimento Goldman Sachs e Evercore Partners, que concluíram que o preço que o BBVA oferece pelas ações do Sabadell "é inadequado" e não é vantajoso para os acionistas.
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O resultado da OPA deverá ser divulgado entre 14 e 20 de outubro.
A OPA, que foi autorizada pela CNMV, regulador espanhol, em 05 de setembro, tem como alvo 100% do capital social do Sabadell, composto por 5.023.677.732 de ações.
Segundo o BBVA, o valor da oferta passou de 12.200 milhões de euros em finais de 2024 (pouco antes de ser anunciada a OPA) para 17.400 milhões em 04 de setembro. O BBVA lançou a OPA sobre o Sabadell há mais de um ano.
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No final de abril, a OPA foi autorizada pelo regulador de mercado espanhol.
Em 24 de junho, numa decisão inédita, o Governo de Espanha levou a OPA a Conselho de Ministros e estabeleceu que só a autoriza se os dois bancos mantiverem durante três anos personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separadas.
O Governo poderá, após três anos, prolongar esta exigência por mais dois.
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O executivo justificou a decisão com a necessidade de proteção de princípios de "interesse geral", previstos na legislação espanhola e que disse terem o aval da jurisprudência dos tribunais da União Europeia.
Esses critérios de "interesse geral" estão relacionados, segundo o Governo, com a garantia de financiamento de PME, proteção dos quadros de pessoal dos dois bancos, coesão territorial, objetivos de "política social" (como o acesso à habitação ou a atividade das fundações dos dois bancos) e promoção de investimento em investigação e tecnologia.
Bruxelas abriu um procedimento de infração contra Espanha por causa da legislação que permitiu ao Governo condicionar a fusão dos dois bancos.
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Em 11 de agosto, o BBVA decidiu avançar com a OPA, apesar das condições impostas pelo Governo. O catalão Sabadell opõe-se à OPA e também o Governo de Espanha e o Governo regional da Catalunha têm manifestado reticências.
Se avançar, a fusão dos dois bancos criará uma entidade com perto de um bilião de euros em ativos, 135.462 trabalhadores em todo o mundo (dos quais 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências.
Seria dos principais bancos europeus e ultrapassaria o CaixaBank (dono do português BPI) em ativos, posicionando-se como o segundo maior banco de Espanha em ativos.
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