BdP com subida de 49% dos lucros dá 525 milhões ao Estado

O Banco de Portugal dá em dividendos ao Estado em 2017 quase tanto como o que deu na soma dos dois anos anteriores. A utilização de provisões ajudou em 2017, já que os resultados operacionais foram os mais baixos pelo menos desde 2013.
Carlos Costa banco portugal
Sara Matos/Negócios
Diogo Cavaleiro 04 de Maio de 2018 às 13:00

O Banco de Portugal registou um lucro de 656 milhões de euros em 2017, o que representa uma subida homóloga de 49%. É essa, também, a percentagem de aumento dos dividendos pagos pela autoridade monetária ao Estado português.

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O resultado líquido do Banco de Portugal foi de 656 milhões de euros no ano passado, acima dos 441 milhões de 2016.

 

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"O resultado apurado possibilitou a distribuição de dividendos ao Estado no valor de 525 milhões de euros", assinala a nota de imprensa do supervisor. Este número corresponde a um avanço de 49% em relação aos 353 milhões pagos no ano anterior e compara com os 500 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado.

 

Quer isto dizer que o Banco de Portugal deu quase tanto em dividendos ao Estado em 2017 como na soma de 2015 e 2016 (539 milhões). O dinheiro já foi entregue ao Tesouro nos últimos dias de Abril.

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A autoridade sob o comando de Carlos Costa frisa, no comunicado de imprensa, que o contributo para o Estado é até maior, de 797 milhões, ao juntar os impostos que pagou no exercício.

 

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Resultado operacional mais baixo desde 2013

 

Apesar da subida do resultado líquido e dos dividendos, o resultado antes do impacto de impostos e provisões (operacional) foi o mais baixo dos últimos cinco anos: 408 milhões de euros. Desde 2013 que não havia um resultado tão baixo. Em 2016, por exemplo, tinha sido de 850 milhões.

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Para isso, contribuíram os resultados em operações financeiras e em prejuízos não realizados, que geraram perdas de 525 milhões em 2017, face aos ganhos de 99 milhões no período homólogo. Aqui, pesou a venda de obrigações denominadas em moeda estrangeira, nomeadamente o dólar.

 

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Os gastos administrativos do Banco de Portugal também se agravaram em 14% para 208 milhões de euros, com o regulador a apontar dois factores explicativos. O maior contributo vem de 11 milhões relativos a reformas antecipadas, que eram reconhecidas em balanço e, em 2017, passaram a estar reconhecidas na demonstração de resultados, e afectando os resultados.

 

A segunda justificação para os gastos administrativos prende-se com a venda do Novo Banco, já que o Banco de Portugal teve de suportar sozinho os custos com a alienação, por determinação do Tribunal de Contas, quando, até aí, havia uma divisão dos encargos com o Fundo de Resolução.

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BdP dá em dividendos o que utilizou em provisões

 

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O que permitiu a melhoria das contas foi a área de provisões para riscos gerais. Esta provisão foi reduzida em 520 milhões de euros, ficando em 3.727 milhões. O Banco de Portugal garante que a política de provisionamento não teve alteração em 2017.

 

O argumento é de que houve uma redução do riscos dos activos sob gestão e, também, a diminuição dos riscos dos activos comprados no programa de aquisição de activos. Neste último caso, houve ajuda da melhoria do "rating" de dívida portuguesa embora, contudo, o regulador alerte que, com o prolongamento do programa do BCE até ao final deste ano possa vir a anular este efeito, tendo em conta o aumento do volume de títulos detidos.

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