Câmara de Comércio Americana realça sentimento de incerteza das empresas portuguesas
"Em termos práticos ainda passou pouco tempo mas há uma diferença em relação à forma de olhar e um sentimento de incerteza e de instabilidade. É necessário esperar para perceber como é que as coisas vão funcionar daqui para a frente", disse à agência Lusa a secretária-geral da Câmara do Comércio.
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Graça Didier contou que a instituição aguarda com expectativa os efeitos da nova administração norte-americana, depois do aumento das exportações portuguesas para os EUA nos últimos anos. "Tudo leva a crer que efectivamente vai verificar-se um fechar da economia americana ao comércio internacional", referiu, adiantando que "nas últimas semanas têm sido visíveis movimentos adversários aos acordos do livre comércio". A "posição ainda não é clara", esclareceu.
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Para a secretária-geral da Câmara de Comércio Americana, os Estados Unidos podem vir a "fechar-se" aos produtos estrangeiros, havendo, no entanto, dúvidas sobre o proteccionismo. "Em relação aos produtos chineses parece claro, mas ainda há incertezas em relação aos produtos europeus", disse referindo que a União Europeia deve fazer chegar à nova administração norte-americana a vontade de continuar a trabalhar e manter a relação entre os dois blocos nas vertentes económica e comercial.
A responsável pela instituição com sede em Lisboa recorda que os Estados Unidos já têm tradicionalmente políticas restritivas mas "pode ser que a situação venha a ser ainda mais notada" porque muitos contratos a nível estadual e federal [nos Estados Unidos] são fechados e dirigidos a empresas norte-americanas.
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Segundo Graça Didier, nos últimos tempos verificou-se um aumento "significativo" das exportações portuguesas para os Estados Unidos que passaram a ser o país, fora da União Europeia, para onde as empresas portuguesas mais exportam.
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Os Estados Unidos estão em quinto lugar na lista global dos países receptores das exportações portuguesas, ganhando lugares relativamente aos últimos anos sendo que o crescimento das exportações quase duplicou, em muitas áreas, nos últimos anos.
"Havia uma dinâmica perceptível de Portugal para os Estados Unidos que está relacionada com o empenho dos empresários portugueses em termos de exportações e também pela valorização do dólar face ao euro que tornou os produtos europeus, e também os portugueses, mais apetecíveis e concorrentes", nota Graça Didier.
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A instabilidade de outros mercados a nível internacional fez também como que os empresários portugueses tivessem encarado o mercado norte-americano, mais seguro em relação a outros destinos.
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Passadas quatro semanas sobre a tomada de posse de Donald Trump, "não há ainda nada em contrário", diz a responsável adiantando que existe "expectativa" em virtude das declarações da nova Administração.
"É preciso ver como é que o relacionamento se pode desenvolver no futuro", conclui.
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Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos no dia 20 de Janeiro tendo tomado posições polémicas em matérias como segurança interna, imigração, política externa e comercial, sobretudo em relação ao México.
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