Energéticas alemãs beneficiam do plano de extensão da vida das nucleares
Ângela Merkel anunciou hoje a extensão do plano de energia nuclear, permitindo até 14 anos de vida a mais às centrais, procurando assim recolher fundos para as energias renováveis.
As energéticas alemãs, como a E.On e a RWE, foram impulsionadas pela decisão, tendo já chegado a subir mais de 3%, e corrigindo parte das perdas de cerca de 21% que verificavam desde o início do ano. As empresas acabaram por sair do pódio dos três maiores perdedores do DAX.
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A extensão do plano de vida das centrais será ponderado pelo gabinete da chanceler a 28 de Setembro. De acordo com a Bloomberg, os líderes da coligação acordaram ontem que sete reactores construídos antes de 1980 operem oito anos a mais que o previsto e que dez novas plantas nucleares continuem a funcionar por mais 14 anos adicionais, numa média de 12 anos para além da data de encerramento de 2022.
O plano de Merkel surge contra uma lei de 2002 que determinava o encerramento das plantas nucleares alemãs por volta de 2022. De acordo com o Ministro da Economia alemão, Rainer Bruederle, com a extensão do tempo de vida das centrais, o Estado alemão prevê arrecadar cerca de 30 mil milhões de euros, pois cada uma, juntamente com a EnBW Energie Baden-Wuerttemberg AG e a Vattenfall AB, terão de pagar um imposto sobre combustíveis atómicos de 2,3 mil milhões de euros anuais.
“Penso que podemos afirmar que o nosso sistema energético irá ser o mais eficiente e mais amigo do ambiente do mundo”, afirmou a chanceler hoje, citada pela agência de informação, afirmando ainda que a energia nuclear e do carvão serão o caminho para as energia renováveis em 2050, já que o seu Governo estabeleceu como meta que energia solar e eólica constituam cerca de 30% do consumo energético do país em 2020.
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Os lucros combinados das empresas poderão crescer 6,4 mil milhões de euros por cada ano de vida que este plano torna possível, noticia ainda a agência, de acordo com afirmações de 29 de Julho do instituto económico DIW.
No entanto, e de acordo com o jornal alemão “Allgemeine” citado pela agência, o Partido Social Democrata, da oposição, e o Partido Verde, afirmam anular o plano de extensão caso ganhem as eleições de 2013, uma vez que, conjuntamente, batem Merkel em termos de apoio popular nas sondagens de opinião.
Também o grupo ambientalista Greepeace se manifestou em relação aos planos da chanceler e Jan Beranek, activista do grupo, afirmou que “esta não é só uma decisão contra o ambiente, pondo a vida das pessoas em risco, mas também é uma decisão contra a economia alemã. Merkel está a cometer um grave erro ao inverter o rumo e a Greepeace irá combatê-lo”.
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