FMI prevê mais falências na banca

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avançou a possibilidade de mais bancos europeus poderem entrar em colapso, numa altura em que lutam para conseguir injecções de capital por parte dos investidores.
Carla Pedro 21 de Outubro de 2008 às 13:07

No seu relatório anual sobre a economia europeia, publicado hoje, o FMI referiu que os mercados financeiros estão actualmente a “prestar uma atenção cada vez maior” à pura alavancagem, em vez de terem em conta os potenciais riscos. Por isso mesmo, os bancos europeus têm uma classificação menos favorável do que os norte-americanos, salientou o Fundo.

Numa ocasião em que os fundos de riqueza soberana e os investidores demonstram um menor apetite por colocarem dinheiro em bancos e mercados voláteis, o que torna mais difícil proceder a aumentos de capital, as instituições financeiras europeias verão reduzida a sua capacidade para angariarem fundos e verão intensificada a necessidade de pedirem apoio governamental, sublinha o FMI, citado pela Bloomberg.

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“Apesar de a recapitalização ter corrido bem no início, agora deverá começar a abrandar”, refere o Fundo no relatório. “E poderão falir mais bancos”, adverte.

Os bancos europeus procederam a aumentos de capital no valor de 266,7 mil milhões de dólares desde o início de 2007, por entre perdas e amortizações de activos no valor de 228 mil milhões de dólares durante o mesmo período, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

Os governos estão agora a dar o seu apoio, tendo a França anunciado ontem ao início da noite que vai injectar 10,5 mil milhões de euros no BNP Paribas, Société Générale e quatro outros bancos do país.

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Os problemas na banca estão agora a alimentar o resto da economia, numa altura em que as empresas e consumidores começam a ver dificuldades em obter crédito, referiu o Fundo.

As economias onde se registaram fortes expansões do mercado imobiliário, tais como a Dinamarca, Irlanda, Espanha e Reino Unido, serão as que observarão as maiores inversões de tendência, adiantou o relatório.

“A maioria das economias vai entrar em recessão em inícios de 2009, seguindo-se uma recuperação muito gradual”, afirmou hoje em Bruxelas, citado pela Bloomberg, o director interino do departamento do FMI para a Europa, Alessandro Leipold.

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