Governo finaliza compra da Lusa "nas próximas semanas"

António Leitão Amaro visitou esta quinta-feira a sede da Lusa, em Lisboa, na qual se reuniu com o Conselho de Administração, Direção de Informação e prestou declarações aos trabalhadores.
Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anuncia decreto-lei
Manuel de Almeida Lusa/EPA
Lusa 11 de Setembro de 2025 às 20:58

O Governo assegurou esta quinta-feira que vai finalizar a compra da totalidade da Lusa "nas próximas semanas" e ressalvou que o novo modelo de governação da agência noticiosa ainda está "em aberto".

António Leitão Amaro visitou hoje a sede da Lusa, em Lisboa, na qual se reuniu com o Conselho de Administração, Direção de Informação e prestou declarações aos trabalhadores.

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O ministro sublinhou que o Governo tem dado "sinais importantes" de confiança na Lusa, desde logo, a compra da totalidade do capital da Lusa, que deverá estar finalizada "nas próximas semanas".

Leitão Amaro afirmou que o reforço da importância e do reconhecimento deste serviço público vem com a condição de que a Lusa não está ao serviço do Governo, mas da verdade.

"Que não haja dúvidas de que esta ideia de reforçar o serviço público e o papel do Estado no combate à desinformação faz-se respeitando os instrumentos e a cultura de independência", reiterou.

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No final de julho de 2024, o Estado comprou os 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência noticiosa.

Posteriormente, confirmou a intenção de adquirir as posições minoritárias na Lusa, nomeadamente, da NP -- Notícias de Portugal, Público, RTP, e da Empresa do Diário do Minho.

Relativamente ao modelo de governação da empresa e, em particular, à criação de um Conselho de Supervisão, o ministro esclareceu que ainda está tudo em aberto.

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"Não tenho a certeza que outros modelos, aplicados a outras instituições, passados para aqui, funcionassem bem. Temos de fazer um caminho para encontrar a forma certa [...]. É uma discussão que vamos ter ao longo deste ano", referiu.

O presidente do Conselho de Administração da Lusa, Joaquim Carreira, tem vindo a defender um modelo semelhante ao da RTP, com separação de poderes, alicerçado no conceito de supervisão da independência editorial e financeira, estabilidade e autonomia de gestão.

Em declarações à Lusa, Joaquim Carreira precisou hoje que defende um conceito de supervisão que assegure se os objetivos de qualidade do serviço estão ou não a ser cumpridos, como acontece na estação pública.

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Contudo, o gestor clarificou que no órgão de supervisão quer ver "representados setores", de modo a garantir que se mantém uma ligação ao mercado.

Leitão Amaro disse ainda aos trabalhadores que uma das medidas do plano de ação para a comunicação social passa pela injeção de mais dinheiro na Lusa, o que assegurou que vai ser refletido no próximo Orçamento do Estado, que terá como destino a transformação tecnológica, o reforço dos recursos e a "evolução e dinamização" do quadro de trabalhadores, assim como o "combate ao crescimento do deserto noticioso em partes do território".

Questionado pelos trabalhadores sobre se o facto de o Governo ter um sistema próprio de verificação de factos não pode descredibilizar o papel dos jornalistas, o ministro adiantou ser intenção do Governo continuar a combater as 'fake news' (desinformação), mas ressalvou que o Estado não quer substituir o papel do setor nesta tarefa.

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