Wall Street ganha impulso com dados da inflação. Ações da Micron disparam 16%
Euribor desce pela segunda sessão consecutiva a três, a seis e 12 meses
Índices europeus ganham terreno antes do BCE e BoE
Juros aliviam na Zona Euro. Investidores de olhos postos na reunião do BCE
Dólar avança em dia de inflação nos EUA. Euro estável antes de decisão do BCE
Ouro em leve queda antes da inflação nos EUA, prata perto de máximos históricos
Petróleo avança com "traders" atentos a possíveis sanções dos EUA à Rússia
Ásia fecha com perdas pressionada por "sell-off" nos EUA
Wall Street ganha impulso com dados da inflação e tecnológicas
As bolsas norte-americanas estão a subir esta quinta-feira, isto depois de os dados da inflação do país terem sido mais otimistas do que aquilo que os analistas previam, reforçando a narrativa de um corte nas taxas de juro em 2026, decidido na próxima reunião de política monetária da Reserva Federal.
O índice de preços ao consumidor (IPC) subjacente - que exclui alimentos e energia - dos EUA subiu menos do que o esperado em novembro - apenas 2,6%, face a apostas de uma subida de 3% -, segundo dados do Departamento do Trabalho. Este é o menor aumento do índice desde o início de 2021. O IPC geral subiu 2,7% em novembro em relação ao ano anterior.
O S&P 500 está a subir, a esta hora, 0,82% para 6.776,45 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valoriza 0,9% para 48.166,69 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite ganha 1,08% para 22.938,65 pontos.
Além disso, as ações de tecnologia também impulsionaram os índices, à boleia das perspetivas otimistas sobre o atual trimestre por parte da Micron Technology. A maior fabricante americana de semicondutores para computadores deu ainda sinais de um aumento da procura, dizendo que a escassez de oferta está a permitir que a empresa suba os preços dos seus produtos. As ações disparam 16,5%.
Já a Trump Media & Technology, empresa do Presidente dos EUA, pula 23,5%, depois de anunciar que vai entrar no ramo da energia nuclear, aliando-se à TAE Technologies, num negócio avaliado em mais de seis mil milhões de dólares.
Em contraciclo, a Birkenstock Holding previu um ritmo mais lento de crescimento das vendas no próximo ano, já que a empresa de calçado enfrenta o impacto da desvalorização do dólar americano e das tarifas. As ações descem 4,33%
As ações norte-americanas parecem caminhar para uma entrada em 2026 com um impulso positivo. Este será o quarto ano consecutivo de fortes ganhos apesar das várias potenciais ameaças que os mercados financeiros possam atravessar. A possível queda das ações de "tech" e inteligência artificial representa o maior risco para a estabilidade do mercado em 2026, segundo um estudo do Deutsche Bank.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, procurou também tranquilizar os americanos preocupados com o aumento do custo de vida, durante um discurso na noite de quarta-feira na Casa Branca. Trump adiantou ainda que "em breve anunciará o nosso próximo presidente da Reserva Federal, alguém que acredita em taxas de juros mais baixas, e muito mais, e que os pagamentos de hipotecas cairão ainda mais" - um outro alerta deixado pelos questionados do banco alemão.
Euribor desce pela segunda sessão consecutiva a três, a seis e 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje pela segunda sessão consecutiva a três, a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira. Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,035%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,134%) e a 12 meses (2,264%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,134%, menos 0,010 pontos do que na quarta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro indicam que a Euribor a seis meses representava 38,5% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,75% e 25,25%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, para 2,264%, menos 0,027 pontos do que na quarta-feira.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses cedeu hoje, para 2,035%, menos 0,014 pontos do que na quarta-feira.
Hoje será conhecida a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre as taxas, que o mercado antecipa que se manterão, e que será seguida da conferência de imprensa da presidente da instituição, Christine Lagarde, que dará pistas sobre a política monetária para o próximo ano.
Em 30 de outubro, o BCE manteve as taxas diretoras, pela terceira reunião de política monetária consecutiva, como tinha sido antecipado pelo mercado e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em relação à média mensal da Euribor em novembro esta subiu de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada do que no mês anterior e nos prazos mais longos.
A média da Euribor em novembro subiu 0,008 pontos para 2,042% a três meses. Já a seis e a 12 meses, a Euribor avançou 0,0024 pontos para 2,131% e 0,030 pontos para 2,217%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Índices europeus ganham terreno antes do BCE e BoE
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos em toda a linha, à medida que os investidores aguardam pelas decisões de política monetária do BCE e do Banco de Inglaterra (BoE).
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – sobe 0,20%, para os 580,95 pontos.
Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 0,12%, o espanhol IBEX 35 ganha 0,35%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,18%, o francês CAC-40 avança 0,36%, o britânico FTSE 100 pula 0,14% e o neerlandês AEX ganha 0,46%.
Esta tarde, espera-se que o BCE mantenha as taxas de juro inalteradas na última reunião de política monetária do ano, com novas projeções a apontarem para um crescimento económico sólido nos países da moeda única e confiança de que a inflação não se deverá desviar excessivamente da meta de 2%.
O BoE, por sua vez, deve anunciar um corte nas taxas, à medida que as preocupações se desviam da inflação para a economia britânica, que mostra sinais de debilidade, enquanto se avalia também o estado de saúde do mercado de trabalho.
A par das decisões de política monetária pelo Velho Continente, os mercados estarão também a seguir de perto a divulgação de dados do mercado laboral e da inflação do lado de lá do Atlântico.
O "benchmark" europeu está agora a caminho de registar o sexto mês consecutivo de ganhos, com o índice de referência a continuar a oscilar perto do seu último máximo histórico atingido em novembro. Ainda assim, preocupações com a possível sobreavaliação de cotadas ligadas à inteligência artificial continuam a persistir.
Entre os setores, o do retalho (+1,16%) e o alimentar (+0,78%) lideram os ganhos. Já o automóvel (-0,51%) e os bens e serviços (-0,19%) registam as perdas mais expressivas neste momento.
Quanto aos movimentos do mercado, a Rentokil Initial sobe mais de 3%, depois de o Bank of America ter elevado a classificação do grupo de gestão de instalações de “neutra” para “comprar”, citando o crescimento do mercado no qual a empresa opera nos EUA.
Juros aliviam na Zona Euro. Investidores de olhos postos na reunião do BCE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviam esta quinta-feira, com os investidores de olhos postos na reunião do Banco Central Europeu (BCE) e, sobretudo, na atualização do 'outlook' económico.
O BCE deverá manter as taxas de juro inalteradas esta quinta-feira e sinalizar pouca disponibilidade para cortes no curto prazo, dado que a economia da Zona Euro se mantém resiliente face aos choques no comércio global e a inflação permanece estável – tendo o Eurostat revisto a inflação de novembro para os 2,1%.
Dados recentes sobre o crescimento económico no bloco de 20 países superaram as expectativas do BCE, impulsionados por exportadores que têm conseguido lidar com as tarifas impostas pelos Estados Unidos de forma mais eficaz do que o antecipado, bem como pela procura interna, que tem compensado a fragilidade persistente do setor industrial.
Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, a maturidade de referência para a região, descem 1,8 pontos-base para 2,844%, enquanto as obrigações francesas cede 2,0 pontos para 3,550%. Já por Itália, os juros da dívida soberana recuam 2,3 pontos para 3,543%.
Na Península Ibérica, Portugal e Espanha acompanham a tendência do resto da Europa, com os juros da dívida portuguesa, com a mesma maturidade, a caírem 2,4 pontos para 3,131% e os de Espanha a deslizarem também 2,4 pontos para 3,272%.
Já fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, cedem 1,6 pontos base para 4,457% e do outro lado do Atlântico, as 'yields' dos EUA, deslizam 1,9 pontos para 4,133%.
Dólar avança em dia de inflação nos EUA. Euro estável antes de decisão do BCE
O dólar está a registar valorizações a esta hora, num dia em que são conhecidos novos dados da inflação do lado de lá do Atlântico, que poderão ajudar a perceber qual será o rumo que o decisor de política monetária norte-americano, enquanto os “traders” se posicionam para as decisões dos bancos centrais pelo Reino Unido, Europa e Japão.
O índice do dólar - que mede a força da divisa face às principais concorrentes - segue a avançar 0,07%, para os 98,440 pontos.
A libra, por sua vez, segue a negociar com desvalorizações, depois de uma queda inesperada na inflação do Reino Unido ter reforçado os argumentos a favor de uma redução das taxas pelo Banco da Inglaterra (BoE). A esta hora, a libra cede 0,05%, para os 1,337 dólares.
Já o iene está a registar desvalorizações contidas face ao dólar, num dia em que o Banco do Japão (BoJ) inicia a sua reunião de dois dias que deverá resultar num aumento das taxas de juro para o nível mais alto em três décadas. O dólar segue a valorizar 0,10%, para os 155,840 ienes.
Por cá, o Banco Central Europeu deve anunciar hoje que irá manter as taxas de juro inalteradas. A esta hora, o euro perde 0,05%, para os 1,174 dólares.
Ouro em leve queda antes da inflação nos EUA, prata perto de máximos históricos
Os preços do ouro negoceiam em leve queda esta quinta-feira, limitados pela resiliência do dólar, apesar dos sinais otimistas da Reserva Federal dos EUA, mas com os investidores de olhos postos nos cruciais dados sobre a inflação norte-americana, enquanto a prata segue próxima de máximos históricos.
O metal amarelo desce 0,2% para 4.329,73 dólares por onça, após ter subido mais de 1% no final da sessão de quarta-feira.
A prata avança 0,1% para 66,36 dólares por onça, depois de ter atingido um máximo histórico de 66,88 dólares na sessão anterior. O metal acumula uma valorização de cerca de 130% desde o início do ano, superando largamente o ganho de 65% do ouro, impulsionado pela forte procura industrial que despertou o interesse dos investidores.
Alguns analistas admitem que a prata possa testar o nível dos 70 dólares por onça em 2026, sobretudo se os cortes nas taxas de juro dos EUA continuarem a sustentar a procura por metais preciosos.
Para Kelvin Wong, analista sénior da OANDA, citado pela Reuters,"a Fed poderá manter o atual ciclo de cortes nas taxas, o que está a apoiar tanto o ouro como a prata”, acrescentando que aos atuais níveis, poderá existir alguma tomada de lucros.
O governador da Fed, Christopher Waller, afirmou que o banco central ainda pode reduzir as taxas de juro num contexto de arrefecimento do mercado de trabalho, sublinhando que defenderia “absolutamente” a independência da instituição, numa altura em que é apontado como um dos potenciais sucessores de Jerome Powell.
Os investidores aguardam a divulgação do índice de preços no consumidor de novembro, esta quinta-feira, e do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE) na sexta-feira.
Petróleo avança com "traders" atentos a possíveis sanções dos EUA à Rússia
Os preços do petróleo negoceiam com ganhos esta manhã, depois de se saber que os EUA estarão a preparar novas sanções ao petróleo russo, que deverão ser aplicadas caso Moscovo não concorde com um acordo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O WTI - de referência para os EUA – sobe 1,02%, para os 56,51 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,87% para os 60,20 dólares por barril.
Na quarta-feira, a Bloomberg avançou que os EUA estão a preparar outra leva de sanções contra o setor energético da Rússia. Nesta linha, as medidas adicionais contra o crude russo podem vir a representar um risco ainda maior para o abastecimento do mercado do que o bloqueio anunciado por Trump aos petroleiros sancionados que entrassem e saíssem da Venezuela, segundo analistas do ING citados pela Reuters.
“Dada a perspetiva de excedente e o Brent a negociar em cerca de 60 dólares por barril, Trump tem espaço para ser mais agressivo com as sanções”, acrescentaram os analistas.
De resto, os “traders” continuam atentos ao aumento das tensões entre os EUA e a Venezuela. O bloqueio anunciado por Trump coloca em risco 600 mil barris de “ouro negro” por dia das exportações de petróleo venezuelano, principalmente para a China, o maior consumidor de crude produzido no país da América Latina.
A maioria das outras exportações venezuelanas continuava suspensa na quarta-feira, embora a petrolífera estatal PDVSA tenha reiniciado o carregamento de cargas de petróleo bruto e combustível após suspender as operações devido a um ataque cibernético, indicaram fontes e dados alfandegários.
Ásia fecha com perdas pressionada por "sell-off" nos EUA
Os principais índices asiáticos fecharam a sessão desta quinta-feira com uma maioria de perdas, seguindo as desvalorizações registadas ontem pelos mercados dos Estados Unidos (EUA), com o “sell-off” entre as grandes cotadas tecnológicas a agravar-se, enquanto os investidores continuam a mostrar preocupações com uma possível sobreavaliação das empresas ligadas à área da inteligência artificial. Por cá, e em dia de decisão do BCE, os futuros do Euro Stoxx 50 seguem praticamente inalterados.
Pelo Japão, o Nikkei caiu 1,03% e o Topix recuou 0,37%. O sul-coreano Kospi - índice com grande peso de cotadas ligadas à tecnologia e inteligência artificial - perdeu 1,53% e o índice de referência de Taiwan cedeu 0,21%. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong desvalorizou 0,035% e o Shanghai Composite ganhou 0,16%.
O índice de referência regional para as ações asiáticas, o MSCI Ásia-Pacífico, caiu 0,40%, já depois de o Nasdaq ter tombado 1,9% em Wall Street, com a Nvidia a atingir o seu valor mais baixo desde setembro.
A liquidação que se tem registado entre as tecnológicas é mais um sinal de que os investidores continuam a questionar se as empresas que atualmente lideram o “boom” da inteligência artificial conseguem continuar a justificar as elevadas avaliações e gastos. As preocupações com o custo e a viabilidade da expansão dos centros de dados, como os planos de financiamento da Oracle em Michigan, alimentaram receios mais amplos sobre as perspetivas para o setor.
“Os investidores ainda veem uma divulgação limitada das receitas, lucros ou fluxos de caixa impulsionados pela IA”, disse à Bloomberg Frank Thormann, da Schroders Investment Management. “O resultado é uma preocupação crescente de que a IA possa não estar a proporcionar retornos proporcionais ao entusiasmo”, acrescentou o especialista.
Assim, pela Ásia, empresas relacionadas com a IA tiveram algumas das maiores perdas, com a Lasertec, a Advantest e o SoftBank Group a recuarem todas mais de 3%.
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