Governo polaco suspende imposto sobre o retalho

A polémica taxa sobre as retalhistas na Polónia não será aplicada pelo menos até julho de 2020.
Jerónimo Martins Biedronka
biedronka jeronimo martins
Rita Faria 26 de Novembro de 2019 às 15:21

O governo polaco decidiu suspender a aplicação do novo imposto sobre as retalhistas até 1 de julho de 2020. A taxa, que deveria entrar em vigor no próximo mês de janeiro, não será assim aplicada antes da segunda metade do próximo ano, uma decisão tomada esta terça-feira, 26 de novembro, numa reunião do governo liderado por Mateusz Morawiecki.

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Este adiamento é favorável ao grupo português Jerónimo Martins, que obtém a maior parte das suas receitas naquele país, onde opera sob a insígnia Biedronka. 

Em causa está um imposto que a Polónia decidiu começar a aplicar sobre as receitas das retalhistas, em 2016, e que desde então deu azo a uma disputa entre os reguladores e a justiça europeia.

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Isto porque logo em setembro de 2016 a Comissão Europeia abriu uma investigação sobre se a nova taxa – que só se aplicava a empresas com um volume de negócios mensal superior a 17 milhões de zlótis – não violaria as regras relativas às ajudas de Estado, e ordenou às autoridades polacas que suspendessem imediatamente a aplicação da taxa "até que a Comissão adotasse uma decisão sobre a compatibilidade com o mercado interno".

Quase um ano depois, em junho de 2017, Bruxelas confirmou a sua oposição ao novo imposto, considerando que constituía um auxílio de Estado, e que violava por isso as regras comunitárias.  

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Esta decisão acabou, porém, por ser contrariada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia que, em maio deste ano, considerou que a Comissão Europeia cometeu um erro na sua avaliação da medida. Nesse sentido, o tribunal anulou a decisão da Comissão, abrindo a porta a reintrodução do imposto por parte das autoridades polacas.

 

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No entanto, esta reintrodução ainda não avançou – e voltou agora a ser adiada por mais seis meses – porque os reguladores da União Europeia recorreram, em julho, da decisão do Tribunal de Justiça da UE e ainda não há um veredicto final.

(Notícia atualizada às 15:42)

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