Maior acionista dos CTT: “Fala-se em nacionalização. O Estado é bem-vindo”

Manuel Champalimaud considera que “há um clamor” em Portugal favorável à intervenção do Estado nos CTT, pelo que não se opõe à entrada deste no capital da empresa, “para acabar com esta agitação e desconforto social”.
CTT
Negócios 01 de Junho de 2019 às 15:48

Numa altura em que muitos defendem a retoma do controlo dos CTT por parte do Estado, face à redução da qualidade do serviço e da presença da empresa ao longo do território nacional, o maio acionista da companhia vem dizer que até vê com bons olhos a entrada deste novo sócio.

PUB

 

"Fala-se em nacionalização. Eu francamente digo que se o Estado quiser entrar no capital dos CTT, por mim é bem-vindo", afirmou Manuel Champalimaud, em entrevista ao Expresso.

PUB

 

Apesar de considerar que, "por princípio, o Estado não deve entrar nos negócios", defendeu que, "para acabar com esta agitação e desconforto social, se calhar era uma maneira de todos saírem a ganhar e de trazer tranquilidade ao tema", argumentou o empresário, que detém atualmente cerca de 13,08% dos CTT. "Há um clamor nesse sentido", rematou.

PUB

 

Na entrevista ao semanário, Champalimaud abordou, também, entre outras matérias, a recente substituição de Francisco Lacerda por João Bento na presidência executiva dos CTT.

PUB

 

"Há muito que havia descontentamento quando ao definhar dos resultados da empresa numa base importante dos acionistas e muitos queriam que interviéssemos de uma forma mais agressiva", começou por afirmar o principal acionista dos CTT.

 

PUB

A "gota de água", afirmou, aconteceu em março, quando "o regulador acusou a gestão de estar a mentir", e, em simultâneo, "o Bloco de Esquerda acusou o presidente dos CTT e a mim próprio, de estarmos a saquear os CTT".

 

Perante estas acusações, Champalimaud exigiu "uma resposta firme. "Ou se protestava-se ou, se nos calássemos, era um sinal inaceitável", considerou, ainda em entrevista ao Expresso. Como Lacerda respondeu "de uma forma mais tímida" do que a desejada pelo maior acionista, este deixou cair o CEO.

PUB

 

"Francisco Lacerda disse-me que a sua visão era não pôr mais achas na fogueira. Com acusações tão graves não nos defendermos não me deixava satisfeito. Nesse momento a minha perseverança em manter o apoio a Francisco Lacerda ficou comprometida. Pouco tempo depois houve a assembleia-geral e não votei favoravelmente o voto de confiança à gestão. Nem eu nem vários acionistas. Isso criou uma pressão que o levou a tirar as conclusões disso", afirmou Champalimaud ao semanário.

 

PUB

Lacerda renunciou ao cargo de CEO dos CTT no dia 10 de maio, tenso sido substituído por João Bento, que era vice-presidente do Grupo Manuel Champalimaud.

Pub
Pub
Pub