Novo sistema fiscal britânico pode afundar investimento em petróleo do Mar do Norte

Indústria do Mar do Norte alerta que agravamento de impostos pode não só cortar investimento como as receitas fiscais e pôr em risco mais de 35 mil empregos nos próximos cinco anos.
petróleo, crude
Alexander Manzyuk/Reuters
Diana do Mar 02 de Setembro de 2024 às 10:39

O novo sistema fiscal do Reino Unido para o petróleo e gás do Mar do Norte arrisca levar a uma quebra do investimento superior a 80%, advertiu, esta segunda-feira, o "lobby" da indústria.

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As mudanças anunciadas pelo novo governo, incluindo um imposto mais elevado sobre lucros extraordinários ("windfall tax") e o fim de um incentivo ao investimento, podem traduzir-se na redução dos gastos de capital em projetos no Reino Unido para 2,3 mil milhões de libras (2,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) entre 2025 e 2029, ou seja, abaixo dos estimados 14,1 mil milhões de libras (16,7 mil milhões de euros), contas feitas à luz do atual regime fiscal, alertou a Offshore Energies UK (OEUK), citada pela agência Bloomberg.

A chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, planeia elevar a receita com a tributação sobre os lucros do setor energético em três pontos percentuais, com o objetivo de "tapar o buraco" de 22 mil milhões de libras (26,1 mil milhões de euros) que argumenta ter sido deixado pelo anterior Executivo. Tal implica elevar a taxa sobre os produtores de petróleo e de gás para 78%.

As mexidas vão integrar o Orçamento, a finalizar em outubro, que o primeiro-ministro, Keir Starmer, já avisou que será "doloroso".

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Esta ação "vai desencadear um acelerado declínio da produção doméstica e uma correspondente redução no pagamento de impostos, nos empregos que suporta e, de uma forma mais abrangente, no valor económico que gera", afirmou o CEO da OEUK, David Whitehouse, num comunicado.

O mesmo responsável aponta, aliás, que ao serem postos na gaveta projetos podem estar em risco mais 35 mil empregos nos próximos cinco anos.

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