GM castigou autor de denúncia que fez o que tinha a fazer
Em 2002, quando Courtland Kelley, inspector e gestor de qualidade dos automóveis da GM, denunciou falhas no modelo Cavalier, que antecedeu o Cobalt, foi afastado das suas funções, tendo passado para um outro departamento da empresa. Isto porque, ao não ser levado a sério, fez queixa no Ministério norte-americano da Segurança do Tráfego Rodoviário, refere a Bloomberg.
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A queixa não avançou, devido a questões processuais, e a GM continuou a fabricar os carros – que viriam a vitimar sobretudo jovens, já que se tratava de um modelo muito apreciado junto dos mesmos.
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Agora, no passado dia 6 de Junho, a GM divulgou os resultados de uma investigação aos problemas de ignição do Chevrolet Cobalt, responsável por pelo menos 13 mortes e 54 despistes. A CEO da General Motors, Mary Barra, que testemunhou em Abril perante o Congresso, recusou-se a falar sobre quaisquer problemas anteriores à sua entrada em funções na liderança da companhia.
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Mas o "Relatório Valukas", que recebeu este nome devido ao ex-procurador geral Anton Valukas, refere – no âmbito de 41 milhões de documentos e entrevistas a 230 testemunhas – que a GM alimentou durante mais de uma década uma "cultura de complacência", até ter decidido proceder à recolha de milhões de veículos com falhas.
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Na página 93 deste relatório, um inspector de segurança da GM disse que tinha tido receio de insistir nos problemas de segurança que observara no Cobalt, isto porque não queria que lhe sucedesse o mesmo que ao seu antecessor… Courtland Kelley. São vários os testemunhos, com efeito, de que muitos funcionários preferiram ficar de "boca fechada" para não serem afastados como tinha sido Kelley, que nunca mais teve uma oportunidade de promoção na empresa.
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