PSA avisa que fábrica de Mangualde está em risco de fechar devido às portagens

A PSA veio a público avisar que a fábrica de Mangualde corre o risco de fechar, se as regras de classificação de portagens em Portugal não forem alteradas pelas concessionárias.

 

A fábrica vai começar a produzir este ano o projecto K9, que representa modelos de três marcas: Peugeot, Citröen e Opel. Mas ao contrário dos actuais modelos produzidos em Mangualde - o Citröen Berlingo e a Peugeot Partner - que pagam classe 1, os novos modelos vão pagar classe 2 nas portagens.

 

O líder da PSA Portugal, Alfredo Amaral, avisou que a não alteração nas classificações das portagens vai ter um "impacto sobre o emprego no curto prazo, é inevitável".

 

Já no médio prazo, se nada mudar, "isso porá em causa a continuidade da nossa presença", disse o director-geral da PSA Portugal esta quinta-feira, 8 de Fevereiro.

 

Questionado sobre se o investimento da PSA está em risco, Alfredo Amaral respondeu afirmativamente, apontado que a produção existente em Mangualde poderia ser acomodada pelas três fábricas da marca em Espanha ou pela fábrica que está a ser construída em Marrocos.

 

Num encontro com jornalistas, o responsável explicou que a fábrica de Mangualde poderá produzir 100 mil dos novos modelos em 2019, dos quais 20 mil destinam-se ao mercado nacional.

A produtora automóvel francesa disse que começou a tratar deste dossiê durante o Governo anterior e que agora tem mantido contactos directos com o Governo. A PSA já se reuniu tanto com o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, como com o primeiro-ministro, António Costa, para alertar estes decisores políticos sobre esta questão. 

Em 2016 foi criado um grupo de trabalho que juntou o Governo, concessionárias de auto-estradas e o Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Depois destes encontros, está a ter lugar uma "negociação com as concessionárias de auto-estrada".

"Estamos todos à espera que se produza alguns resultados de uma forma rápida", afirmou Alfredo Amaral sobre as reuniões entre o Governo e as empresas que gerem as auto-estradas.