Coindu de Famalicão despede 123 e coloca 237 trabalhadores em lay-off
Empresa de componentes automóveis vai colocar mais de duas centenas de trabalhadores em lay-off na fábrica de Joane, depois de encerrar a fábrica de Arcos de Valdevez no ano passado e 250 funcionários serem despedidos.
A Coindu, empresa de componentes para o setor automóvel vai colocar 250 trabalhadores da fábrica de Joane, em Famalicão, em lay-off. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias, que indica que o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) foi informado de que a fábrica de Famalicão iria avançar para "mais um processo de lay-off".
No fim do ano passado, a Coindu revelou que ia encerrar a fábrica em Arco de Valdevez, deixando cerca de 250 funcionários no desemprego. Este movimento aconteceu depois da empresa ter sido comprada pelo grupo italiano Mastrotto.
Aquando deste encerramento, o CEO António Cândido adiantou que não estavam previstos despedimentos na unidade de Joane.
Os lay-offs têm voltado a afetar várias indústrias no país, sendo que só em janeiro se contabilizaram 12.206 trabalhadores neste regime.
Em declarações à Lusa, Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, revelou que a empresa avançou com o despedimento coletivo de 123 trabalhadores e a colocou outros 237 em lay-off. Os dois processos foram comunicados na segunda e na terça-feira, tendo a administração considerado que se trata de uma "inevitabilidade", acrescentou.
"Alegam a crise no setor automóvel e a consequente falta de encomendas. Dizem que aguentaram até ao limite, mas que agora não dá mais", referiu.
Segundo Francisco Vieira, a Coindu conta atualmente com 1.170 trabalhadores em Famalicão.
O sindicalista acrescentou que a empresa pretende este ano ter uma disponibilidade de entre 800 e 825 trabalhadores.
Em 2026, esses números deverão subir para 950 a 1.050 trabalhadores.
"São notícias muito violentas, há muita revolta e descontentamento, muita gente a sofrer por dentro", disse Francisco Vieira, sublinhando que os visados serão essencialmente os mais novos na empresa, cujos despedimentos "ficarão, obviamente, mais baratos".
* Notícia atualizada com informações sobre o despedimento coletivo e declarações de fonte sindical à Lusa
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