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Exportação nacional de componentes automóveis está a derrapar

AFIA aponta para uma redução de 10% no valor das exportações em agosto que agrava o saldo negativo do acumulado ano. A instabilidade geopolítica condiciona um setor penalizado também pela maior concorrência.

17:17

As exportações de componentes para automóveis registaram um forte abrandamento em agosto. Registou-se uma quebra de quase 10%, de acordo com dados da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, que veio agravar a quebra no acumulado deste ano.

“Em agosto, a retração foi particularmente significativa, com as exportações de componentes automóveis a diminuir 9,9%”, explica a AFIA. “O valor mensal ficou abaixo dos 700 milhões de euros”, acrescenta. Foi o pior agosto desde 2021, com o total a agravar a quebra em 2025.

“As exportações portuguesas de componentes para automóveis totalizaram 7.900 milhões de euros entre janeiro e agosto de 2025, o que representa uma quebra homóloga de 3,3% face ao mesmo período de 2024”, diz a associação liderada por José Couto.

“A quebra de quase 10% em agosto é preocupante e deve ser lida como um alerta”, refere o presidente em comunicado, salientando que “estes números confirmam a fragilidade do setor perante um contexto internacional instável e de forte concorrência”.

Travão na economia

A AFIA salienta que a “Europa continua a absorver a esmagadora maioria das exportações de componentes automóveis, com uma quota de 88,4%, embora tenha registado uma quebra de 3,2% no acumulado até agosto”. O “abrandamento económico, com retração do consumo e a instabilidade geopolítica”, são os fatores apontados.

“Contudo, não podemos deixar de considerar o preço dos veículos elétricos fabricados na Europa, o que é compensado pelas importações, bem como o baixo ritmo de investimento em infraestruturas de carregamento, que são algumas das justificações para os resultados registados no mês de agosto”, diz a AFIA.

EUA recuam

Espanha continua a ser o principal destino das exportações de componentes portuguesas com 29,1% de quota e um ligeiro crescimento de 1,7% no acumulado do ano, mas a Alemanha, segundo maior mercado, caiu 11,8% e a França registou uma descida de 1,1%.

No caso dos EUA, que são o quarto maior mercado, regista-se uma quebra expressiva de 14,2%. “A diminuição de compras do mercado dos EUA também concorre para a diminuição da produção europeia”, diz a AFIA.

Entre as várias quebras, há também crescimentos, sendo de “realçar o aumento de dois dígitos da Roménia (+37,9%) e de Marrocos (+28,1%)”, com exportações para a Dacia e para a Stellantis, respetivamente. “Apesar de mercados como a Roménia e Marrocos darem sinais muito positivos, a dependência excessiva da Europa deixa-nos vulneráveis”, diz José Couto.

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