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Milhões de comandos de carros têm problema de segurança

As vulnerabilidades em carros fabricados pela Volkswagen e noutras marcas foram identificadas num estudo apresentado no simpósio de segurança Usenix. Os autores recomendam algumas precauções.

comando chave volkswagen
comando chave volkswagen DR
Negócios 17 de Agosto de 2016 às 17:51

Os comandos electrónicos de milhões de automóveis produzidos ao longo dos últimos 20 anos apresentam falhas de segurança, sendo possível, a partir de técnicas simples, manipulá-los e aceder aos veículos.

A conclusão é de um grupo de investigadores, que num trabalho sobre segurança dos sistemas de abertura e fecho dos carros – denominado "Feche-o e, ainda assim, perca-o", na tradução literal - deixou em xeque os sistemas usados pelas principais marcas, conta o El País.

O trabalho foi apresentado no 25.º simpósio de segurança Usenix há alguns dias e refere que é muito fácil clonar ou reproduzir os comandos à distância. Com componentes de fácil acesso, é possível construir um dispositivo com o qual se inibem os sinais de radiofrequência e receber os códigos secretos.

Esses códigos podem depois ser processados com um software criptográfico, dando acesso à chave mestra e permitindo clonar o comando. Bastam 35 euros para comprar o material e um computador portátil para fazer a análise dos dados, refere o jornal.

Apesar de em muitos carros os sistemas de abertura e de imobilização estarem separados, o uso de códigos roubados pode permitir aos ladrões transportar o carro para qualquer lugar e, aí, alterar todos os sistemas de fecho e segurança.

Segundo a publicação, entre os automóveis afectados estão os das marcas do grupo Volkswagen (Volkswagen, Seat, Skoda e Audi) desde 1995, além do Alfa Romeo, Chevrolet, Mitsubishi, Peugeot, Lancia, Opel, Renault e Ford.

No caso das marcas Volkswagen, será mais fácil manipular os dados, uma vez que usam um reduzido número de chaves mestras a nível mundial. Com um código de abertura e a chave mestra, bastam alguns minutos para clonar o comando original.

O grupo alemão já terá recebido dos investigadores a informação completa das descobertas e a VW terá reconhecido a existência da vulnerabilidade que afectará mais de 100 milhões de viaturas, tal como aconteceu com a NXP e o sistema criptográfico Hitag2 que equipa comandos das outras marcas referidas

Recomendações

Perante as vulnerabilidades identificadas, os investigadores recomendam que não se deixem objectos valiosos no carro e que o condutor comprove fisicamente o fecho das portas, esperando pelo som e pelos sinais de luzes associados a esse encerramento e assegurando que as portas ficaram mesmo fechadas.

O utilizador deve ainda ficar atento a sinais como o caso em que o comando deixe de funcionar à primeira, depois de várias tentativas ou fique bloqueado: isto pode denunciar que alguém tentou abrir o carro anteriormente. O conselho mais radical passa por abandonar simplesmente o uso do comando electrónico e recorrer apenas à abertura e ao fecho mecânicos das portas.

A publicação refere que é improvável que, dada a dimensão do fenómeno, os fabricantes promovam alterações nas chaves já existentes e que a substituição progressiva do parque automóvel permitirá a sua actualização faseada.

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