AEP ainda quer que Macedo ouça empresas na reestruturação da Caixa
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) lamentou esta quinta-feira, 30 de Março, que no processo de reestruturação desenhado para o banco público tenham sido ignoradas as principais instituições que representam as empresas, que "são um dos pilares fundamentais daquilo que vai ser a nova Caixa".
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Paulo Nunes de Almeida, líder da AEP, denunciou que "não foi até agora ouvido no processo de reestruturação que foi apresentado e que, pelos vistos, foi aprovado". "A CGD tem agora uma nova equipa e espero que esta nova equipa possa ouvir os representantes dos empresários para entender as suas preocupações e ambições. Porque para termos um banco público, esse banco tem de estar ao serviço da economia e das empresas", referiu.
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Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre gestão e liderança, em Matosinhos, o dirigente insistiu que é "errado" ter um banco público "para ter de se suportar os prejuízos e não ouvir aqueles que são um pilar importante no desenvolvimento da actividade bancária". Porém, a equipa liderada por Paulo Macedo "ainda [vai] a tempo" de ouvir aquela que apresentou como a maior câmara de comércio e indústria portuguesa e que congrega cerca de uma centena associações de base sectorial e regional.
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"Esses processos [de reestruturação] são sempre dinâmicos. E dentro desse dinamismo há questões que podem não interferir nem contrariar aquilo que está definido no plano. É importante que as pessoas falem quando temos um banco público. Quando há um interesse público, como é o caso da Caixa, deve ser partilhado e devem ser ouvidos os representantes das empresas", resumiu.
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Prioridades públicas e "ansiedade" com Novo Banco
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Questionado sobre alguns dos pontos que gostaria de abordar com o sucessor de António Domingues, o presidente da AEP frisou que a Caixa devia manter e reforçar a sua posição nos Estados Unidos, em que opera directamente, mas também olhar para outros "menos conhecidos e com maior risco de crédito", como o Irão, onde devia ter "um papel interventor (…) e de vanguarda, incentivando e apoiando" a internacionalização das empresas nacionais.
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Depois de um período de quebra abrupta do investimento, o banco público devia também "apoiar todo o sector industrial num processo de reinvestimento", ajudando as empresas a "reequipar-se e reabilitar-se". É que, detalhou, face às "contingências internas" vividas pela CGD nos últimos meses, os industriais deixaram de ter um interlocutor e "é preciso agora ir junto do mercado mostrar às empresas" que a instituição entrou numa nova fase.
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Mostrando-se preocupado sobre a forma como o sistema financeiro português tem evoluído, Paulo Nunes de Almeida sustentou ainda que aguarda "com ansiedade" a resolução do processo de alienação do Novo Banco. Isto porque, concluiu, "apesar dos constrangimentos que tem vivido, [o antigo BES] ainda continua a ser um banco que aposta e apoia as empresas".
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