Bagão Félix diz que misericórdias no Montepio “é um disparate”

O economista e antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social não vê com bons olhos o cenário de entrada da Santa Casa na Associação Mutualista Montepio Geral. Hipótese que Pedro Santana Lopes já veio descartar.
Miguel Baltazar
Negócios 06 de Abril de 2017 às 08:43

António Bagão Félix considera que a eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMS) é "um contra-senso, um disparate".

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O economista falava numa entrevista publicada esta quinta-feira, 6 de Abril, pelo jornal Público. "Espero que não venha a acontecer. Além do mais, seria uma nacionalização parcial da Caixa Económica, por via da Santa Casa, que tem o exclusivo dos jogos sociais", posicionou.

Para o antigo ministro das Finanças, esta parece "uma ideia pouco peregrina" e lembra que os estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa estão direccionados para a componente social e não para "fazer parte do capital de um banco".

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Bagão Félix acredita que no Ministério do Trabalho e da Segurança Social, que também tutelou no passado, não existe capacidade para fazer supervisão dos produtos vendidos nos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG). Para o economista, uma mudança de nome para o Montepio Geral não vai trazer nada.

Esta quinta-feira, na sua coluna de opinião no Negócios intitulada "Montepio: não se invente", Pedro Santana Lopes, escreve que a instituição que lidera "não tem intenção rigorosamente nenhuma em relação ao Montepio", concretizando uma referência indirecta ao Montepio num comunicado anterior da SCML onde se negava a entrada em "aventuras".

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"Vivemos num tempo em que, nomeadamente no online, todos os dias se escreve sobre tudo e às vezes mesmo sobre aquilo que ainda não existe. Entendo dever aproveitar este espaço para frisar bem que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não tem intenção rigorosamente nenhuma em relação ao Montepio", referiu Santana Lopes.

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