Santa Casa não fala do Montepio mas avisa: "não entra em aventuras"
Sem alguma vez referir a hipótese de entrar no Montepio, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai avisando que "nunca assume riscos indevidos". Em 2016, a entidade teve resultados positivos de 21,1 milhões de euros.
Depois de o ministro da Segurança Social ter sido convocado para comparecer na Assembleia da República para explicar a eventual hipótese de a Santa Casa entrar no Montepio, é a própria entidade liderada por Pedro Santana Lopes que deita água na fervura. Tendo Santana Lopes anteriormente assumido ao Negócios que "se o Governo manifesta essa intenção, a Santa Casa tem a obrigação de estudar o dossiê", a Santa Casa começou a estudar o assunto. Mas agora vai mostrando cautelas, apesar das declarações de Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, que vem dizendo ver com bons olhos a associação da Santa Casa e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio. A SCML, em comunicado, sem nunca fazer referências ao Montepio, vem agora dizer que "s
Mas agora vai mostrando cautelas, apesar das declarações de Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, que vem dizendo ver com bons olhos a associação da Santa Casa e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio.
É sua obrigação estudar e ponderar as parcerias, o que, acrescenta, "não implica necessariamente a sua concretização, já que a Misericórdia de Lisboa nunca assume riscos indevidos, porque não é essa a sua vocação nem é essa a sua natureza".
É a essa gestão que atribui os resultados que agora apresenta.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apurou resultados líquidos em 2016 de 21,1 milhões de euros, superiores em 15,3 milhões de euros face a 2015, e superiores em 30 milhões de euros face ao orçamentado.
"Este acréscimo justifica-se, essencialmente, por um controlo eficaz da despesa, nomeadamente em compras, fornecimentos e serviços externos, e deve-se igualmente a uma variação positiva da distribuição dos resultados dos Jogos Sociais, mais 23,6 milhões de euros em relação ao período homólogo (+13,4%) e mais 36,7 milhões de euros face ao previsto em orçamento".
Nas compras e nos fornecimentos e serviços externos, a entidade reduziu o valor em 4,1%, totalizando 56,4 milhões.
O investimento foi, em 2016, de 30,5 milhões, acrescenta o comunicado, no qual se revela que os números de 2016 mereceram já parecer positivo do conselho de auditoria da Misericórdia de Lisboa.
Citada no comunicado, a administração da Santa Casa "congratula-se com os resultados alcançados em 2016, fruto de uma gestão rigorosa e criteriosa, onde, por um lado, tem procurado diversificar fontes de receita e, por outro, proceder a investimentos sustentáveis que terão impacto directo na melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas e no reforço do apoio aos que mais necessitam".
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