Capitalização do Novo Banco envolve quem tem dívida sénior
O Novo Banco tem de ser capitalizado até ao final do ano. Só assim cumprirá as exigências de capital do Banco Central Europeu. A TSF avança que a hipótese em cima da mesa é o envolvimento de detentores de dívida sénior (a dívida mais cara por ser a que tem preferência na hierarquia de credores), citando fonte próxima do Executivo de António Costa.
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Segundo a estação de rádio, em causa estará a conversão de tal investimento em dívida sénior em capital da instituição financeira liderada por Eduardo Stock da Cunha (na foto).
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Já na segunda-feira, o Negócios tinha colocado a questão sobre esta hipótese ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal mas não obteve qualquer resposta. Aguarda-se, a qualquer momento, a divulgação de um comunicado por parte do regulador do sector financeiro. Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários optou por suspender a negociação destes títulos de dívida sénior até "à divulgação de informação relevante sobre o emitente".
Esta terça-feira, o Público avançou que a solução pretendida pelo Banco Central Europeu era a de que dever-se-ia envolver os credores do Novo Banco na solução de capitalização. Agora, a TSF avança essa hipótese como a que está a ser preparada.
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No final de Junho, as responsabilidades do Novo Banco representadas por títulos de dívida eram de 7,3 mil milhões de euros, sendo que as colocadas em clientes ascendiam a 1,5 mil milhões de euros, de acordo com o relatório de contas.
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Na resolução do Banco Espírito Santo, em Agosto de 2014, estes investidores tinham sido poupados, já que a medida foi aplicada impondo perdas aos accionistas e aos detentores de dívida subordinada. A dívida sénior tem privilégio na hierarquia de credores mas, segundo avança a TSF, agora servirá para capitalizar o Novo Banco.
A instituição financeira presidida por Eduardo Stock da Cunha será assim alvo de uma espécie de uma nova medida de resolução. Depois da injecção de 4,9 mil milhões de euros aquando da sua criação, o banco precisa de mais capital, como ficou evidente nos resultados de testes de stress, em que foram detectadas necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros.
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Até aqui, ainda não foram concretizadas medidas de vendas de activos que fazem parte do plano de capitalização, como a seguradora GNB Vida, mas é necessária uma solução até ao final do ano, tendo em conta que são os números registados à data de 31 de Dezembro que contam para o cálculo dos rácios.
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(Notícia actualizada com mais informações pelas 13h07)
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