Caso das obrigações retransmitidas para BES "mau" é "um problema que tem de ser visto"
As obrigações retransmitidas do Novo Banco para o BES "mau" a 29 de Dezembro de 2015, ainda são um tema que tem de ser analisado porque há, efectivamente, clientes bancários com estes títulos nas suas mãos.
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"É um problema muito complicado. Não devia ter acontecido. Não poderiam estas obrigações ter sido vendidas sem ter sido levada a informação de que poderiam ser retransmitidas", declarou Luís Máximo dos Santos, administrador do Banco de Portugal que está proposto para subir a vice-governador, a par de Elisa Ferreira.
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No quadro das regras de resolução, as obrigações seniores poderiam ser transferidas para o banco "mau", criado na resolução a 3 de Agosto de 2014, e foi isso que aconteceu a 29 de Dezembro de 2015, com a retransmissão de cinco linhas. Mas se a perspectiva é que os investidores qualificados têm de ter noção desses aspectos, o mesmo não se passa com os investidores não qualificados, os clientes bancários habituais.
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"Se foram comercializadas perante a clientela de retalho – porque os outros [qualificados] é suposto estarem familiarizados – e este elemento não foi dado, seguramente aí temos um problema que tem de ser visto", comentou Máximo dos Santos.
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Ainda assim, o administrador do Banco de Portugal relembra que a retransmissão destas obrigações seniores que eram do BES, que passaram para o Novo Banco com a resolução e que depois voltaram de novo para o banco "mau", não significa que os investidores perdem tudo.
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Isto porque, segundo as regras de resolução, os credores de um banco alvo desta intervenção não podem perder mais do que se o banco fosse liquidado. E a Deloitte, contratada para fazer a comparação nos dois regimes, concluiu que estes titulares de obrigações seniores têm direito a receber 31,7% do seu investimento.
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Na sua audição, que é obrigatória antes da sua designação para vice-governador, Máximo dos Santos, ex-presidente da comissão liquidatária do BES e do BPP, declarou também que "não há soluções miraculosas" para o excesso de crédito malparado que está nos bancos, e admitiu que a legislação sobre comissões poderá vir a ser ajustada.
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