"As relações institucionais têm de ser conduzidas para honrar o esforço das famílias"
"Não há nenhuma crise que possa ajudar no que quer que seja".
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A frase é do Governador do Banco de Portugal, e surgiu no arranque da resposta de Mário Centeno a uma questão sobre um possível impacto da crise política que o país conheceu na semana passada, com o conflito aberto entre o primeiro-ministro e o Presidente da República.
Na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, o supervisor afirmou que "todas as relações institucionais no país e na Europa têm de ser conduzidas para honrar o esforço das famílias, empresas e Estado" que ao longo dos últimos anos permitiu, no seu entender, atingir bons resultados económicos.
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"Foi por isso que em 2020 o apoio às instituições europeias aumentou, porque se percebeu que as instituições estavam a funcionar a favor dos cidadãos". Uma evolução que, sustenta, "é verdade no euro e em todos os países".
Sem mencionar os nomes - ou cargos - do primeiro-ministro e do Presidente da República, Centeno alertou que "não podemos falhar a quem tem o esforço para conseguir estes resultados".
"A palavra crise não rima com a palavra estabilidade", continuou, explicando que "para a estabilidade financeira necessitamos de previsibilidade e que as políticas sejam coordenadas".
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Centeno deu o exemplo da atuação europeia na crise pandémica: "todas as autoridades europeias tiveram um comportamento claramente superior ao que observámos noutras jurisdições, e esse é um ativo que não podemos destruir".
"Às vezes", ironizou, "parece que nos cansamos de fazer as coisas bem e que os bons resultados cansam algumas pessoas". Isso, conclui, "é um erro".
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