Diploma BPI: "Não tenho problema nenhum com isso", diz Ulrich
Se a empresária angolana Isabel dos Santos não tivesse chumbado a separação entre a actividade nacional e as operações africanas do BPI, não havia o diploma governamental da desblindagem dos estatutos. A consideração é feita por Fernando Ulrich depois de vários governantes terem rejeitado que o decreto-lei tivesse sido feito à medida do BPI.
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O chumbo ditado pela empresária angolana Isabel dos Santos (segunda maior accionista do BPI) à cisão dos activos africanos acabou por trazer "uma série de coisas, designadamente o decreto da blindagem", disse Fernando Ulrich, o presidente executivo do BPI, na conferência de apresentação de resultados do primeiro trimestre, em que o banco reportou lucros de 45,8 milhões de euros esta sexta-feira, 29 de Abril. "O decreto só saiu nesta data devido ao que ocorreu".
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Questionado sobre se isso não prova que é um diploma BPI, Ulrich mostrou-se despreocupado. "Se fosse, não tenho problema nenhum com isso". Mas o presidente do banco acredita que há mais bancos visados pelo decreto-lei que abre portas a que os accionistas dos bancos aceitem pôr fim aos limites dos direitos de voto, como é o caso do BCP. O diploma foi feito "de forma a contemplar preocupações que possam ocorrer noutras instituições". "Não é um diploma BPI, mas se lhe quiser chamar isso".
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Elogios ao Governo e a Lacerda Machado
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"Entendo que o Governo português actuou muito bem, actuou com preocupação pela defesa da estabilidade do sistema financeiro. Entendo que é de justiça dizer isto", indicou o presidente executivo do BPI, adiantando que não o diz "por proximidade ideológica".
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O líder do banco português ainda não percebeu porque é que esta solução não foi aceite por Isabel dos Santos: "ninguém comprava nada a ninguém". "A solução da cisão que a administração do BPI aprovou e propôs era uma óptima solução e poderá vir a ser, se for recuperada", disse. Já ontem, o presidente da administração do BPI, Artur Santos Silva, tinha falado na possibilidade de recuperação da cisão.
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Sem mencionar o nome de Diogo Lacerda Machado, o consultor amigo de António Costa, Fernando Ulrich declarou que a sua intervenção para mediar os dois maiores accionistas do BPI (CaixaBank e Santoro) foi "muito positiva". "Sobretudo porque permitiu ao primeiro-ministro e ao Governo terem informação actualizada praticamente online de quais eram as posições das partes", indicou Ulrich na conferência de imprensa. "Foi um trabalho bem feito".
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