Esquerda dá palavra final: Mensagens de Centeno fora do inquérito à CGD
O chumbo era anunciado e confirmou-se: a esquerda não aceita a distribuição da correspondência trocada com Mário Centeno e enviada por António Domingues. A esquerda também não aceita a entrada de novos requerimentos a pedir as SMS trocadas.
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PS, BE e PCP uniram-se e votaram contra os requerimentos em cima da mesa, da autoria do PSD e do CDS, dizendo que não se encontram dentro do objecto da iniciativa parlamentar. Segundo defende a esquerda, a comissão de inquérito prende-se com as causas da capitalização da CGD, pelo que as trocas de correspondência sobre as condições aplicadas à chegada à presidência de Domingues, incluindo a dispensa da entrega de declarações de rendimento e património, não se enquadram. Uma ideia que a direita contesta.
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A direita foi contra a votação: considera que o regulamento do inquérito parlamentar permite que os partidos que convocaram a comissão, PDS e CDS, possam pedir os documentos que quiserem, sem precisarem da aprovação dos restantes partidos. Não foi o entendimento da esquerda e houve votação. E a esquerda chumbou todos os requerimentos e a distribuição dos documentos.
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Com a polémica entre direita e esquerda, houve uma ameaça de demissão: José Matos Correia disse que entre esta quarta e quinta-feira irá decidir se aceita continuar na presidência, por considerar que a minoria de direita, PSD e CDS, pode não estar a ter os seus direitos salvaguardados.
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Os requerimentos
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Esta questão tem já algumas semanas. O CDS fez um requerimento a pedir documentação a António Domingues e ao Ministério das Finanças solicitando a troca de correspondência desde que foi feito o primeiro convite para o gestor ser líder da CGD. Domingues respondeu, com um parecer jurídico, a duvidar da legalidade de tal requerimento mas a comissão de inquérito respondeu a dizer que era obrigatória. Evitando a acusação de um crime de obediência, o ex-vice-presidente do BPI entregou a documentação.
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José Matos Correia foi o único que recebeu e quis entregar apenas aos deputados coordenadores, pelo que apenas seis parlamentares receberam a documentação. Só que a mesma chegou também à comunicação social.
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Houve depois novos requerimentos, feitos pelo CDS e pelo PSD, a questionar se efectivamente houve mensagens trocadas entre Mário Centeno e Domingues e quais os conteúdos, respectivamente. A esquerda chumbou estes pedidos. A direita voltou a apresentar os requerimentos mas obrigando a que acontecessem por serem potestativos. Só que a esquerda diz que não são admissíveis.
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PS, BE e PCP consideram que os pedidos feitos pela direita não se encontram no âmbito do objecto da comissão de inquérito.
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Antes, já tinha sido alertado que havendo esta posição sobre os requerimentos de documentação também se aplicava o mesmo às audições. Neste momento, o PSD e o CDS já anunciaram que, para já, querem chamar Armando Vara e Mário Centeno. Mas Matos Correia sublinhara que se o tema dos requerimentos não se incluía no objecto da comissão então também as perguntas sobre a matéria não poderiam ser feitas a Mário Centeno na futura audição.
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Marcada recorrentemente por tensão partidária, a comissão de inquérito à CGD foi criada, potestativamente, por parte da direita, contra a vontade da esquerda.
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