Ex-diretor da CGD: Contas da Fundação Berardo dispensaram aval do empresário
José Pedro Cabral dos Santos, ex-diretor de grandes empresas da Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmou que o conselho de crédito do banco estatal decidiu dispensar o aval pessoal de Joe Berardo nos empréstimos concedidos ao empresário por causa das contas da Fundação Berardo.
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"O conselho decidiu prescindir da exigência do aval em função das contas da Fundação Berardo", referiu José Pedro Cabral dos Santos aos deputados, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, esta quarta-feira, 24 de abril.
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Esta dispensa só aconteceria, explicou, "se as contas nos deixarem confortáveis e acho que isso ficou escrito no despacho". Em causa estava um empréstimo de 350 milhões de euros para a compra de ações do BCP, num crédito garantido pelos mesmos títulos do banco.
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"Na operação da Fundação Berardo, há uma primeira vez que a operação vai a conselho [de crédito] e em que é feito um despacho no conselho", referiu o ex-diretor. Foi nesta ocasião que foi discutida a possibilidade de dispensar o aval de Berardo. Depois, num segundo conselho de crédito, "tendo em conta a análise que foi feita, decidimos não exigir o aval".
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Foi em fevereiro que o Público avançou que o aval do empresário madeirense, de 37,8 milhões de euros, não foi encontrado.
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Na auditoria da EY pode ler-se que não foi disponibilizada pela Caixa informação que "permita verificar" a existência do aval. Segundo a mesma, o banco público registou uma imparidade de 152 milhões relativa aos empréstimos ao empresário e os financiamentos avançaram com o parecer "condicionado" da Direção de Risco.
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Como o Negócios noticiou, quer a Fundação quer a Metalgest tinham contas no vermelho em 2017, de 45 e 18 milhões de euros, respetivamente. Estão em curso alguns processos de execução da Caixa.
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