Félix Morgado diz que resultados do Montepio "asseguram sustentabilidade"

José Félix Morgado considera que, os resultados obtidos nos primeiros nove meses de 2015, apresentados esta sexta-feira, 30 de Outubro, "asseguram a sustentabilidade" da Caixa Económica Montepio Geral.

 

A instituição financeira apresentou um prejuízo de 59,5 milhões de euros até Setembro, comparável a um lucro de 19,5 milhões de euros. O banco diz que a prejudicar esteve o facto de não ter havido venda de dívida pública, como no mesmo período de 2014. Isto porque, segundo o responsável, os resultados recorrentes melhoraram em 211,5 milhões para 130,5 milhões de euros negativos.

 

Ainda assim, houve prejuízo. E a justificação para o mesmo é, segundo disse ao Negócios Félix Morgado, "a situação económica do país, ainda difícil", mas também "o peso acima do que é de esperar das imparidades", isto apesar de se ter registado uma redução de 42,2% da imparidade de crédito.

 

O gestor, que substituiu António Tomás Correia (que está agora em exclusivo ligado à Associação Mutualista Montepio Geral) em Agosto, ressalvou que o custo do risco passou de 3,1%, no final de Dezembro, para 1,6%, em Setembro. "Há uma melhoria mas ainda não está ao nível normal".

 

Plano estratégico em Novembro

Para Félix Morgado, há já "pequenos indícios da orientação que tem vindo a ser dada, tendo em vista a melhoria da rentabilidade" da instituição financeira, nomeadamente a redução dos gastos operacionais (0,9%, na actividade doméstica), e o aumento das comissões do segundo para o terceiro trimestre do ano.

 

Entretanto, o plano estratégico, que deverá prever também contenção de custos e que irá alinhar quais os passos a dar pela instituição financeira, será apresentado "em Novembro".

O Montepio tem vendido mais imóveis do que o que tinha previsto, o que também permitiu melhorar os rácios de capital. O rácio de capital de melhor qualidade do Montepio, o rácio Common Equity Tier 1, situou-se em 9,3% no final de Setembro, abaixo dos 9,53% alcançados em Junho mas acima dos 8,51% de Dezembro, "decorrente da redução da carteira de crédito e da carteira de títulos de dívida".