Fusão Deutsche Bank-Commerzbank pode cortar 10 mil postos de trabalho em Frankfurt
A capital financeira germânica poderá perder 10 mil postos de trabalho no setor da banca em resultado da fusão entre os bancos alemães Deutsche Bank e o Commerzbank, avança a Bloomberg com base em membros das administrações dos dois bancos.
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Segundo Stephan Szukalski, do Deutsche Bank, entre 4 e 5 mil postos de trabalho podem ser extintos se a fusão se concretizar, enquanto Stefan Verdi, do Commerzbank, fala mesmo num potencial corte de 8 a 10 mil empregos, isto com base numa análise preliminar feita pelo banco.
A agência noticiosa ironiza com o facto de, nos últimos meses, se ter especulado com um eventual aumento de postos de trabalho e de importância relativa de Frankfurt enquanto cidade financeira como consequência do Brexit, para agora estar em cima da mesa uma importante redução de empregos.
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De acordo com uma sondagem realizada pela Bloomberg, mesmo a eventual transferência de postos de trabalho da "city" londrina para Frankfurt não seria suficiente para compensar a dimensão de cortes decorrente da fusão entre aqueles dois bancos alemães.
Nas últimas semanas têm surgido notícias indicativas de que o regulador germânico poderá aprovar uma fusão, que terá sempre de receber também posteriormente luz verde de Bruxelas, que criaria o quarto maior banco europeu no que diz respeito aos ativos detidos.
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Foi também noticiado que o governo alemão é favorável a esta operação entre o Deutsche e o Commerzbank, este último detido em 15% pelo Estado germânico. O ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, assumiu mesmo que a fusão contribuiria para criar um "campeão nacional" capaz de servir de estímulo ao setor exportador da Alemanha, mostrando que o social-democrata é a favor da operação.
No entanto, esta terça-feira a chanceler alemã Angela Merkel garantiu que a posição do seu governo passa pela "não interferência" num negócio que diz respeito aos privados.
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Porém, Merkel assumiu que se for alcançado um acordo final entre os dois bancos, o governo terá especial interesse em avaliar a operação uma vez que detém 15% do Commerzbank. Seja como for, a chanceler frisou que esses 15% representam uma pequena parcela, pelo que o desfecho dependerá daquilo que é uma "decisão dos privados".
Numa altura em que os governos da Alemanha e da França propõem a alteração das regras comunitárias da concorrência de forma a promover os chamados "campeões europeus" capazes de competir ao nível global com as gigantes da China e dos Estados Unidos, o líder do Mecanismo Único de Supervisão, Andrea Enria, disse ao Financial Times discordar da ideia de criar campeões nacionais ou europeus. Já o Banco Central Europeu (BCE) ainda não se tomou posição.
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Depois de já terem beneficiado com as notícias relativas à eventual fusão, as ações dos dois bancos seguem em queda esta quarta-feira, com os títulos do Deutsche Bank a recuarem 2,06% para 7,857 euros e os do Commerzbank a perderem 0,51% para 7,373 euros.
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