Isabel dos Santos e CaixaBank negoceiam BPI em contra-relógio
A pouco mais de uma semana da data-limite para o BPI encontrar uma solução para o problema do excesso de exposição a Angola, os dois maiores accionistas do banco estão de volta à mesa das negociações com o objectivo de fecharem um acordo que separe os seus interesses e permita, ao mesmo tempo, resolver o problema da instituição liderada por Fernando Ulrich.
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Ao que o Negócios apurou, os representantes de Isabel dos Santos e do CaixaBank estão a tentar alcançar um entendimento antes de terminar o prazo que o Banco Central Europeu deu para o BPI reduzir a sua presença em Angola, que vence a 10 de Abril. No entanto, nenhum dos dois accionistas comenta o regresso às negociações nem os aspectos que falta acertar.
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Os traços essenciais de um futuro acordo estão definidos há algumas semanas, prevendo que a Santoro Finance, "holding" de Isabel dos Santos, venda a posição de 18,58% no BPI ao CaixaBank que, de seguida, terá de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco. Mas para resolver o problema angolano, o BPI vai vender a sua posição de controlo no Banco de Fomento Angola (BFA) à empresária angolana.
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O regresso às negociações acontece depois de o CaixaBank ter anunciado ao mercado a 24 de Março que "não se conseguiram reunir as condições necessárias para alcançar um acordo com a Santoro Finance". Uma posição que terá permitido ao grupo catalão definir os limites que não estava disponível para ultrapassar.
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O comunicado do CaixaBank teve o mérito de levar o braço-direito de Isabel dos Santos a defender o retomar das negociações. "Acreditamos que o bom senso prevalecerá e o diálogo será imediatamente retomado", afirmava Mário Leite Silva ao Negócios a 25 de Março.
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No último mês, os dois maiores accionistas do BPI estiveram por diversas vezes próximos de fechar um acordo, na sequência de movimentações que chegaram a envolver o primeiro-ministro, num esforço aplaudido pelo Presidente da República. António Costa recebeu Isabel dos Santos e o presidente do CaixaBank, Isidro Fainé, em São Bento e, a 19 de Março, chegou a afirmar que tinha resolvido o problema do BPI. No entanto, as negociações ainda decorrem.
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Caso não seja possível fechar um acordo que permita resolver o problema angolano até 10 de Abril próximo, o BPI poderá ser alvo de um procedimento de execução ou sancionatório do Banco Central Europeu que, depois dos respectivos trâmites, pode levar à aplicação de uma multa diária à instituição financeira que, no limite, pode chegar a 160 mil euros, até que a exigência do supervisor europeu seja cumprida.
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