Montepio deixou de ter unidades de participação. Agora só tem acções

O fundo de participação do Montepio, criado em 2013, foi extinto. É o resultado da transformação da caixa económica em sociedade anónima. A mutualista fica, agora, com 99,7% da instituição.
Tomás Correia, Félix Morgado
Miguel Baltazar
Diogo Cavaleiro 14 de Setembro de 2017 às 18:20

Já não há unidades de participação do fundo da Caixa Económica do Montepio Geral. A instituição financeira passou, agora, a ter o capital apenas representado por acções. Acções que estão quase na totalidade nas mãos da Montepio Geral – Associação Mutualista. E que deverão deixar, em breve, de estar na bolsa.

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"A realização da escritura dos estatutos, aprovados em assembleia geral da CEMG de 4 de Abril de 2017 e ratificados em assembleia geral pelo Montepio Geral – Associação Mutualista (MG-AM) de 9 de maio de 2017, bem como a correspondente inscrição no registo comercial, ocorreram hoje, dia 14 de Setembro de 2017", revela a companhia liderada por José Félix Morgado.

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Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a instituição concretiza que, "em consequência da transformação em sociedade anónima, o fundo de participação da CEMG extinguiu-se por conversão em capital social, pelo que as unidades de participação do mesmo se converteram em acções ordinárias".

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Tendo um capital institucional de 2.020 milhões, e com o fundo de participação de 400 milhões (agora totalmente convertido), o novo capital social da caixa económica ascende a 2.420 milhões de euros, dos quais, após a oferta pública de aquisição terminada na semana passada, 2.413 milhões de euros ficam nas mãos da associação mutualista comandada por António Tomás Correia: os tais 99,7%. 

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Os titulares das unidades de participação do fundo do Montepio que não venderam na OPA são agora detentores de acções da caixa económica. Com esta decisão, as unidades de participação – convertidas em acções – são excluídas da negociação a partir de sexta-feira.

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Começa agora um caminho para que, a partir desta sexta-feira, se inicia a ordem permanente de compra lançada pela mutualista às novas acções da caixa económica, a um preço de 1 euro, como ocorreu na OPA. Ao mesmo tempo, a associação pede a perda da qualidade de sociedade aberta do Montepio para que a caixa económica deixe de se submeter às regras do mercado e saia de bolsa. 

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A mutualista espera ficar, assim, com 100% do capital da caixa económica e poder, à vontade, sem eventual oposição de outros accionistas, vender parte do capital a instituições do terceiro sector, como misericórdias. Há, aliás, um memorando de entendimento com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa nesse sentido. 

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