Novo Banco não foi para a bolsa porque tinha contas com reservas
A possibilidade de dispersar o capital do Novo Banco em bolsa foi afastada pelo Banco de Portugal devido à existência de reservas nas contas da instituição, revelou Sérgio Monteiro no Parlamento.
PUB
"Havia uma dificuldade. Havia reservas às contas do Novo Banco relacionada com a dificuldade de garantir a recuperação de DTA [activos por impostos diferidos]. Esta reserva impedia que a oferta fosse feita nos Estados Unidos, a não ser que os DTA saíssem do Banco, o que abriria necessidades de capital na instituição ", revelou um dos três coordenadores do processo de venda.
PUB
Segundo Sérgio Monteiro, ainda foram feitas diligências para que o auditor, a PwC retirasse essa reserva, pedido que a empresa de auditoria recusou. Este problema só foi superado nas contas do Novo Banco relativas ao final de 2016.
PUB
Relativamente às restantes propostas de compra que ficaram para trás, face à vitória da Lone Star, Sérgio Monteiro garante que não houve outras ofertas firmes.
PUB
A proposta do consórcio Apollo/Centerbridge para a compra do Novo Banco não chegou a ser vinculativa. "Houve um candidato que pediu sempre mais tempo para tornar firme a sua proposta", revelou Sérgio Monteiro, coordenador do processo de alienação na comissão parlamentar de Orçamento Finanças e modernização Administrativa.
O responsável revelou que este candidato pediu seis a oito semanas além de 24 de Fevereiro para apresentar uma oferta vinculativa, o que significava que só em Abril a proposta seria firme. Neste contexto, a 17 de Fevereiro o Banco de Portugal decidiu negociar em exclusivo com a Lone Star, já que "não era crível que mais tempo assegurasse uma melhor proposta", sublinhou Sérgio Monteiro.
PUB
Por seu turno, a oferta da China Minsheng era "melhor do ponto de vista de valor, mas nunca chegou a ser transaccionável, pela falta de documentos confirmativos que permitissem a comprovação da existência de fundos para assegurar injecção de capital no Novo Banco".
PUB
Quanto à tentativa da Aethel entrar no processo, Sérgio monteiro revelou que este investidor "fez a primeira interacção connosco em Janeiro", recebendo como resposta que "só juntando-se a um dos candidatos" poderia entrar no concurso.
O coordenador do processo admitiu ainda disponibilizar ao Parlamento a "troca de correspondência com a Aethel", para a COFMA poder avaliar os pormenores desta indicativa, desde que o investidor aceite está partilha.
PUB
O imperativo categórico
Esperteza saloia
Mais lidas
O Negócios recomenda