Novo Banco quer abater dívida de Berardo com bilhetes do museu

Os créditos de cerca de 200 milhões de euros herdados do BES estão a ser renegociados. A receita de bilheteira do museu instalado no Centro Cultural de Belém deve ajudar a pagar dívidas, noticia o Correio da Manhã.
50.º Joe Berardo
Miguel Baltazar
Negócios 02 de Abril de 2018 às 09:04

Utilizar a receita da venda dos bilhetes do Museu Colecção Berardo, que funciona no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para pagar os juros dos créditos herdados do antigo BES. Esta é uma das estratégias defendidas pelo Novo Banco para reduzir os níveis de incumprimento da Fundação Berardo, detida pelo comendador Joe Berardo.

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Segundo avança o CM esta segunda-feira, 2 de Abril, o NB tem estado nas últimas semanas a discutir a renegociação da dívida desta fundação, que ronda os 200 milhões de euros à instituição financeira e cujo activo mais valioso será a colecção de arte moderna e contemporânea criada pelo empresário.

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Depois de funcionar uma década com entradas gratuitas, as entradas neste museu lisboeta passaram a ser pagas em 2017, na sequência do novo protocolo assinado pelo Ministério da Cultura e pelo coleccionador. Na altura, o ministro Luís Filipe Castro Mendes justificou a alteração com a necessidade de "obter mais meios de financiamento".

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No ano passado, o museu recebeu um total de 775.517 visitantes, de acordo com a mesma fonte, o que eleva a receita potencial, sem borlas ou descontos, para valores próximos dos quatro milhões de euros. E em 2018 esta entidade cultural manterá os 2,1 milhões de euros de orçamento proveniente do Ministério da Cultura.

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Em resposta às questões do CM, a fundação artística assegurou ainda que "nenhuma das obras de arte da Colecção Berardo, em depósito no CCB e devidamente inventariadas, se encontram dadas em garantia". No processo negocial em curso com o NB, o advogado de Berardo terá defendido que a colecção de arte está subavaliada e necessita, por isso, de ser reavaliada.

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As contas apresentadas na semana passada pela equipa de António Ramalho mostraram que, depois de um resultado líquido negativo de 788 milhões em 2016, o banco constituído após a resolução aplicada ao BES agravou os prejuízos em 2017 para 1.395 milhões de euros. No ano passado, o Fundo de Resolução vendeu 75% do capital ao fundo americano Lone Star, mantendo 25% da participação.

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