UniCredit volta a aumentar participação no Commerzbank. Já vai em 26%
O italiano UniCredit avançou mais uma vez sobre o alemão Commerzbank, tendo aumentado a participação na instituição financeira para 26%, através da conversão da sua posição sintética no banco em ações físicas. Sendo já o maior acionista do Commerzbank, o UniCredit não quer ficar por aqui e pretende converter o resto da sua posição sintética, podendo alcançar uma participação no banco alemão de 29%.
Num comunicado lançado pelo UniCredit esta segunda-feira, a instituição financeira revela que, para já, não pretende ter representação no conselho de administração do banco liderado por Bettina Orlopp, explicando ainda que o investimento "ultrapassou os nossos indicadores financeiros, criando assim um valor significativo para os acionistas" do banco italiano. O retorno sobre o investimento está confirmado em 20%, afirma ainda.
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A instituição financeira liderada por Andrea Orcel conseguiu "luz verde" do Banco Central Europeu (BCE) em março para adquirir uma posição no Commerzbank até 29,9%, tendo esclarecido que só deve decidir em 2026 se vai avançar - ou não - com uma proposta de compra da totalidade do capital.
O reforço da posição do UniCredit no banco alemão não tem sido visto com "bons olhos" por parte dos executivos germânicos. Quando se tornou o maior investidor privado do Commerzbank há cerca de um ano, o Governo do país, na altura liderado por Olaf Scholz, demonstrou-se contra a operação, afirmando que apoia a “estratégia de independência” do banco - uma mensagem que Friedrich Merz, atual primeiro-ministro, secunda. “A posição do Governo alemão permanece inalterada. Rejeitamos mais uma vez a abordagem hostil e descoordenada do Unicredit”, afirmou um porta-voz do Executivo, quando a instituição financeira italiana reforçou a sua posição para 20%.
Em reação à mais recente movimentação, o Commerzbank afirma que este aumento na participação "não altera a situação fundamental e a nossa posição", reiterando o compromisso com o crescimento do banco e a criação de valor para todos os seus acionistas. Para já, o lançamento de uma oferta de "takeover" está fora dos planos imediatos de Orcel, que tem vindo a citar a posição do Governo alemão e a valorização das ações da instituição financeira alemã em bolsa como razões para não avançar.
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Numa entrevista dada à Bloomberg TV em inícios de agosto, Orlopp explicou que a posição única do UniCredit como o maior acionista do Commerzbank e um dos seus principais rivais tem sido difícil de navegar. Apesar de o banco italiano não ter representação direta no mercado alemão, compete com a instituição financeira germânica através de uma subsidiária.
Desde que decidiu revelar a sua posição no Commerzbank a 11 de setembro de 2024, as ações do UniCredit valorizaram cerca de 90% - o que compara com o crescimento de 190% registado pelo banco alemão. Neste momento, os títulos dos dois bancos não registam grandes movimentações em bolsa, estando ambos a negociar na linha d'água.
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