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Antigo gestor do BES atira culpas para auditoria interna, accionistas e ESFG

O BES foi "escrutinado" desde a sua privatização, frisou António Souto, antigo administrador executivo do banco. E a administração reunia representantes de accionistas de referência com "larga experiência", acrescentou.

Bruno simão
13 de Janeiro de 2015 às 17:20

António Souto (na foto ao centro) era administrador executivo do Banco Espírito Santo, tendo saído de funções a 30 de Julho de 2014, depois de suspenso de funções pelo Banco de Portugal. Na sua passagem pela comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco e do Grupo Espírito Santo, falou nas responsabilidades de alguns dos administradores do banco – aqueles que eram representantes de grandes accionistas e aqueles que estavam na comissão de auditoria interna.

"O conselho de administração que reunia, em média, cinco vezes por ano e onde tinham presença os accionistas mais relevantes", disse o administrador do BES que tinha o pelouro de "compliance" no banco na sua intervenção inicial. Souto falou especificamente dos administradores representantes do Grupo Espírito Santo (através do ESFG) e do Crédit Agricole, os dois maiores accionistas do banco. No caso do banco francês, disse mesmo que "eram profissionais com larga experiência".

Para além desses administradores, António Souto também mencionou, na audição desta terça-feira, 13 de Janeiro, os "administradores independentes que constituíam a comissão de auditoria" – a comissão de auditoria interna, ressalvou, "tinha acesso a todas as informações e documentos que entendesse".

"Desde a sua privatização em 1992, o banco foi escrutinado por auditores internos e externos, comissões de auditoria, por especialistas de ‘research’, em inúmeras "due dilligencies" prévias a tomadas de aumentos de capital por bancos internacionais, por todas as grandes agências de rating internacionais e ainda pelas equipas de supervisor que, nos últimos anos, passaram a residentes em todos os grandes bancos nacionais", disse ainda o ex-gestor do BES.

Além disso, também para a queda do BES Souto diz ter contribuído o facto de o Espírito Santo Financial Group, seu principal accionista, "não ter cumprido" as determinações do Banco de Portugal. "Ao contrário do BES, ao nível do ESFG, não funcionavam os mecanismos de ‘ring fencing’". Este mecanismo foi instituído pelo governador Carlos Costa para separar o risco do GES do risco do BES. Contudo, o administrador do BES recusa que o banco tenha falhado essas determinações – diz que quem falhou foi o ESFG, do qual não era administrador. 

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