Impresa mais do que duplica valor em bolsa com possível entrada da família Berlusconi
As ações do grupo Impresa estiveram, pela segunda vez, suspensas nesta segunda-feira, mas já retomaram a negociação. Há mais de seis anos que o volume transacionado não atingia o montante de hoje.
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As ações do grupo Impresa dispararam mais de 103% esta segunda-feira, após terem estado suspensas à negociação por ordem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde a passada sexta-feira. Em causa está a notícia do final da semana passada, que dava conta de que o grupo italiano MediaForEurope (MFE), controlado pela família Berlusconi, tinha colocado a dona da SIC e do Expresso no seu radar de investimentos.
Depois veio a confirmação – a Impresa assumia as negociação com a MFE para a venda de "participação relevante". Já este domingo, num novo comunicado enviado à CMVM, o grupo de media confirmava negociações em curso com os italianos e adiantava mesmo que pode resultar numa posição de "controlo na Impresa" e que por agora só existem negociações com o grupo italiano e que são exclusivas com este potencial investidor.
Na retoma à negociação os títulos da Impresa chegaram a disparar 103,17% para 0,256 euros - o valor mais elevado desde abril de 2022. O volume de negociação, de 11,3 milhões de ações trocadas, o equivalente a 6,7% do capital, apenas se aproxima de valores registados em janeiro de 2014. Já face ao "free float", ou seja, capital disperso em bolsa, a movimentação ascende a 9%. A mais recente valorização leva a dona da SIC e do Expresso a valer mais de 41,3 milhões de euros em capitalização bolsista, mais 20,2 milhões de euros face ao valor de fecho de sexta-feira, em torno de 21 milhões.
Entretanto, por terem atingido os limites de variação em relação ao preço de referência, a Euronext congelou a negociação das ações pelas 11:45 horas. Este é um procedimento automático que acontece a cada variação superior a 10% face ao preço de referência, ou seja, caso haja valorizações desta magnitude, os investidores devem esperar esse período de congelamento, habitalmente de dois minutos. Pelas 11:55 horas, a negociação tinha sido novamente retomada. Com a expressiva subida desta segunda-feira a Impresa mais do que duplica o seu valor em bolsa desde o início do ano, somando uma valorização de 110,91%.
Horas antes, as ações estiveram suspensas, mas por ordem da CMVm, que justificou o motivo da suspensão das ações. "O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 26/set/2025 pelas 19:40 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das ações Impresa - SGPS, SA, para permitir ao mercado absorver a informação entretanto divulgada". A suspensão foi levada pelas 10:12 horas de Lisboa.
O interesse dos italianos da MFE na Impresa está alinhado com o reforço de portfólio do grupo para enfrentar os gigantes internacionais do streaming e acontece numa altura em que o grupo português está pressionado pelos resultados financeiros. Em julho, na apresentação de resultados, a Impresa revelou ter terminado a primeira metade do ano com prejuízos de 5,1 milhões de euros, mais 27,1% do que os quatro milhões registados nos primeiros seis meses do ano passado.
Notícia atualizada pela última vez às 13:06 com novas cotações e mais informação
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