Impresa dispara mais de 40% com possível entrada da família Berlusconi
As ações do grupo Impresa estiveram esta manhã suspensas à negociação por ordem da CMVM. Há mais de quatro anos que o volume transacionado não atingia o montante desta segunda-feira.
As ações do grupo Impresa dispararam mais de 40% esta segunda-feira, após terem estado suspensas à negociação por ordem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde a passada sexta-feira. Em causa está uma notícia publicada no final da semana passada, que dava conta de que o grupo italiano MediaForEurope (MFE), controlado pela família Berlusconi, tinha colocado a dona da SIC e do Expresso no seu radar de investimentos.
Depois veio a confirmação – a Impresa assumia as negociação com a MFE para a venda de "participação relevante". Já este domingo, num novo comunicado enviado à CMVM, o grupo de media confirmava negociações em curso com os italianos e adiantava mesmo que pode resultar numa posição de "controlo na Impresa" e que por agora só existem negociações com o grupo italiano e que são exclusivas com este potencial investidor.
Na retoma à negociação os títulos da Impresa chegaram a disparar 42,86% para 0,18 euros - o valor mais elevado desde março de 2023. O volume de negociação, superioa a quatro milhões de ações trocadas, o equivalente a 2,4% do capital, apenas se aproxima de valores registados em março de 2021. A mais recente valorização leva a dona da SIC e do Expresso a valer mais de 30 milhões de euros em capitalização bolsista.
Nesta segunda-feira, a CMVM justificou o motivo da suspensão das ações. "O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 26/set/2025 pelas 19:40 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das ações Impresa - SGPS, SA, para permitir ao mercado absorver a informação entretanto divulgada".
O interesse dos italianos da MFE na Impresa está alinhado com o reforço de portfólio do grupo para enfrentar os gigantes internacionais do streaming e acontece numa altura em que o grupo português está pressionado pelos resultados financeiros. Em julho, na apresentação de resultados, a Impresa revelou ter terminado a primeira metade do ano com prejuízos de 5,1 milhões de euros, mais 27,1% do que os quatro milhões registados nos primeiros seis meses do ano passado.
Notícia atualizada às 10:42h
Mais lidas