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Banco de Portugal alerta para fraude na concessão de crédito fácil através das redes sociais

O banco central emitiu um comunicado a avisar para a atuação fradulenta de vários perfis nas redes sociais, como no Facebook, que dizem conceder crédito de forma facilitada.

Utilizador acede ao Facebook no telemóvel
Utilizador acede ao Facebook no telemóvel
29 de Março de 2021 às 10:19

O Banco de Portugal está a alertar para um movimento nas redes sociais, em especial no Facebook, de perfis falsos que estão, de forma sucessiva, a tentar conceder crédito de forma alegadamente facilitada a outros membros destas plataformas, exigindo o pagamento de valores monetários, sempre com recurso a uma história falsa.

De acordo com um comunicado, o banco central diz que "tem tomado conhecimento de diversas situações em que pessoas coletivas ou singulares propõem ao público, através das redes sociais, em especial do Facebook, a suposta concessão de empréstimos, exigindo, como contrapartida, o pagamento de valores monetários recorrendo as falsas justificações".

"Normalmente, estas entidades afirmam conceder empréstimos, rapidamente, sem formalidades complexas, sem a prestação de garantias, com discrição e a todas as pessoas, mesmo àquelas que não conseguem obter crédito junto do sistema financeiro", acrescenta.

Por norma, este tipo de publicação a conceder crédito é feita através de grupos nesta rede social, muitas vezes com recurso a perfis falsos. Um desses exemplos é o da imagem abaixo, tirada pelo Negócios de um grupo destinado à compra e venda de casas. 

Utilizador acede ao Facebook no telemóvel
Banco de Portugal alerta para fraude na concessão de crédito fácil através das redes sociais

O Banco de Portugal explica, por tópicos, vários tipos de abordagem que estes supostos intermediários têm, como por exemplo, o uso do nome e imagem de instituições financeiras autorizadas ou de pessoas singulares reconhecidas publicamente, credíveis, para gerar confiança nos potenciais clientes.

Depois, assim que o contacto é realizado, o diálogo prossegue através das aplicações de mensagens Whatsapp ou Messenger ou através de um e-mail e telemóvel que são sugeridos logo na publicação, como se pode verificar no exemplo aqui dado. Após o pedido de vários documentos de identificação, o agente fraudulento pede um adiantamento de uma verba para que o montante do crédito seja libertado. 

Conforme alerta o Banco de Portugal, "estas propostas de empréstimo configuram esquemas fraudulentos que visam a obtenção de um benefício ilegítimo por entidades não autorizadas a conceder empréstimos, as quais, de uma forma ardilosa, se aproveitam da situação de especial necessidade das pessoas".

Reguladores apertam o cerco na internet

Por estes dias, os reguladores têm vindo a apertar o cerco a este tipo de atividade ilegal que se tem vindo a proliferar com recurso às redes sociais. Na sexta-feira passada, a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) alertou para o facto de existirem vários jovens com milhares de seguidores no Instagram a darem cursos e aconselhamento de investimento, mesmo sem terem autorização ou estarem registados para tal.

Agora, num assunto diferente, mas com também com recurso às redes sociais, foi a vez do Banco de Portugal dar o alerta, que só no mês de março identificou 13 pessoas ou entidades coletivas a conceder crédito desta forma com recurso ao Facebook.

Um desses exemplos mencionados pelo banco como não tendo autorização para tal é a página Emprestamos Dinheiro, que diz emprestar dinheiro até 5 milhões de euros de forma facilitada e sem contrapartidas quase nenhumas. 

Para todos estes infratores, o banco diz que "não pertencem a qualquer entidade que se encontre habilitada a exercer, em Portugal, a atividade de concessão e de intermediação de crédito ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal".

Aqui, pode ser vista a lista de entidades autorizadas pelo banco. Aqui, uma lista com este tipo de atividades não autorizadas. 

Agora, num assunto diferente, mas com também com recurso às redes sociais, foi a vez do Banco de Portugal dar o alerta, que só no mês de março identificou 13 pessoas ou entidades coletivas a conceder crédito desta forma com recurso ao Facebook.

Um desses exemplos mencionados pelo banco como não tendo autorização para tal é a página Emprestamos Dinheiro, que diz emprestar dinheiro até 5 milhões de euros de forma facilitada e sem contrapartidas quase nenhumas. 

Para todos estes infratores, o banco diz que "não pertencem a qualquer entidade que se encontre habilitada a exercer, em Portugal, a atividade de concessão e de intermediação de crédito ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal".

Aqui, pode ser vista a lista de entidades autorizadas pelo banco. Aqui, uma lista com este tipo de atividades não autorizadas. 

"Modus operandi" destes esquemas, segundo o Banco de Portugal 

- Os contactos com os clientes são estabelecidos, normalmente, através da publicitação, nomeadamente, no Facebook, de ofertas de concessão de crédito a pessoas que necessitam com urgência de "liquidez";

- Os autores da publicação usam, por vezes, e indevidamente, o nome e a imagem de instituições financeiras autorizadas ou de pessoas singulares reconhecidas publicamente, credíveis, para gerar confiança nos potenciais clientes;

- Após a captação do cliente, nomeadamente, através do perfil de Facebook, o diálogo, muitas vezes, é iniciado através da plataforma "Messenger" ou "Whatsapp", ou  através de um contacto de email/número telefónico fornecido – muitas vezes com indicativo estrangeiro –  para obtenção de mais informações;

- São solicitadas ao cliente informações pessoais e cópias de documentos, destinadas a dar credibilidade ao pedido, como nome completo, morada, número de identificação fiscal e/ou cópia de um documento de identificação, recibos de vencimento, entre outros;

- Após comunicar os termos do empréstimo, tais como o valor, os juros e o montante das prestações mensais – os quais são dados a conhecer em forma de texto ou através de supostos contratos, na sua maioria, falsificados –, estas entidades solicitam o adiantamento de uma verba para que o montante do empréstimo seja supostamente disponibilizado;

- Estes adiantamentos são, muitas vezes, classificados como "pagamento de seguro", "quantia necessária para libertação do crédito", "taxa de transferência internacional" ou "pagamento de impostos";

- Após o pagamento destes adiantamentos, sucedem-se, com frequência, novos pedidos de dinheiro, a pretexto de diversas justificações, que são, muitas vezes, acompanhados de presumíveis comprovativos falsificados de transferências bancárias do montante do empréstimo solicitado;

- Os clientes veem-se envolvidos num contexto de sucessivos pedidos de fundos para desbloqueio do capital, que acreditam estar apenas dependente do pagamento dessas quantias;

Os clientes nunca recebem os montantes de empréstimo solicitados;

- Estas propostas de empréstimo configuram esquemas fraudulentos que visam a obtenção de um benefício ilegítimo por entidades não autorizadas a conceder empréstimos, as quais, de uma forma ardilosa, se aproveitam da situação de especial necessidade das pessoas. 

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