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Banco de Portugal lança novo concurso para vender Novo Banco após cancelar actual
Um novo concurso, ainda sem data marcada e numa modalidade ainda por decidir. Esta foi a decisão do Banco de Portugal depois de cancelar o actual concurso para a venda do Novo Banco, nove meses depois do arranque.
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O Banco de Portugal cancelou a venda do Novo Banco. Depois das especulações e de informações que davam conta dessa decisão, o regulador liderado por Carlos Costa deu a confirmação oficial. Carlos Costa optou por deixar cair o concurso internacional iniciado em Dezembro passado. Será lançado um novo.
"O conselho de administração do Banco de Portugal decidiu hoje interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco, concluindo o procedimento em curso sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas para a aquisição do capital do banco", assinala um comunicado publicado pela instituição financeira esta terça-feira, 15 de Setembro.
A data depende da redução da incerteza quanto às necessidades de capital do banco, o que só acontecerá em Novembro, depois do exercício de avaliação do Banco Central Europeu.
A gestão do Novo Banco terá, entretanto, de apresentar um plano de gestão e de optimização do capital a pedido do Banco de Portugal. Com esta actuação, o regulador espera que os compradores aproximem o seu preço daquele que insiste ser o valor do banco.
Fundo de Resolução pode manter posição
Na nova modalidade, o Banco de Portugal tem todos os cenários em aberto, incluindo a possibilidade de o Fundo de Resolução manter uma participação no Novo Banco a alienar mais tarde.
Neste momento, o Fundo de Resolução da banca é o accionista único, depois de ter injectado 4,9 mil milhões (3,9 mil milhões de euros vindos do Estado).
Em relação à forma como o processo de reforço de fundos próprios será feito, o regulador diz que "serão desencadeados mecanismos que garantam que será conseguido através de medidas de gestão de capital e de soluções de mercado e de capitais privados".
O Banco de Portugal está convencido que o novo procedimento será mais rápido que o anterior. O anterior processo de venda estendeu-se por nove meses.
Últimas negociações falhadas
Na fase final deste processo de venda, agora cancelado, a Anbang, a Fosun e a Apollo foram as três concorrentes convidadas a apresentar propostas vinculativas pela instituição financeira herdeira do Banco Espírito Santo. Contudo, o Banco de Portugal não conseguiu chegar a acordo com as potenciais compradoras – as primeiras chinesas, a terceira americana.
Para o regulador, "não foi possível obter melhorias que colocassem as propostas num patamar que o Banco de Portugal considerasse aceitável". O que conduziu ao cancelamento.
A operação não acontece, assim, antes das eleições legislativas, marcadas para 4 de Outubro, nem antes de serem divulgados os resultados do teste de stress a fazer à instituição financeira, o que deverá acontecer em Novembro.
(Notícia actualizada com mais informações pelas 17h30)