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Banco de Portugal lança novo concurso para vender Novo Banco após cancelar actual

Um novo concurso, ainda sem data marcada e numa modalidade ainda por decidir. Esta foi a decisão do Banco de Portugal depois de cancelar o actual concurso para a venda do Novo Banco, nove meses depois do arranque.

Bruno Simão/Negócios

O Banco de Portugal cancelou a venda do Novo Banco. Depois das especulações e de informações que davam conta dessa decisão, o regulador liderado por Carlos Costa deu a confirmação oficial. Carlos Costa optou por deixar cair o concurso internacional iniciado em Dezembro passado. Será lançado um novo. 

"O conselho de administração do Banco de Portugal decidiu hoje interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco, concluindo o procedimento em curso sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas para a aquisição do capital do banco", assinala um comunicado publicado pela instituição financeira esta terça-feira, 15 de Setembro. 

As informações sobre o que poderá acontecer no futuro são reduzidas, sabendo-se apenas que o novo procedimento não seguirá as regras que nortearam o concurso internacional iniciado a 4 Dezembro de 2014. 
 

A data depende da redução da incerteza quanto às necessidades de capital do banco, o que só acontecerá em Novembro, depois do exercício de avaliação do Banco Central Europeu.

 

A gestão do Novo Banco terá, entretanto, de apresentar um plano de gestão e de optimização do capital a pedido do Banco de Portugal. Com esta actuação, o regulador espera que os compradores aproximem o seu preço daquele que insiste ser o valor do banco. 

"O conselho de administração do Banco de Portugal decidiu que o processo de venda será retomado quando os principais factores de incerteza se encontrarem removidos e a venda se possa desenrolar em circunstâncias menos adversas e que melhor propiciem a obtenção de propostas mais condizentes com os objectivos fixados pelo Banco de Portugal", adianta o comunicado. 

 
Fundo de Resolução pode manter posição

Na nova modalidade, o Banco de Portugal tem todos os cenários em aberto, incluindo a possibilidade de o Fundo de Resolução manter uma participação no Novo Banco a alienar mais tarde.

Neste momento, o Fundo de Resolução da banca é o accionista único, depois de ter injectado 4,9 mil milhões (3,9 mil milhões de euros vindos do Estado). 

Em relação à forma como o processo de reforço de fundos próprios será feito, o regulador diz que "serão desencadeados mecanismos que garantam que será conseguido através de medidas de gestão de capital e de soluções de mercado e de capitais privados". 

Novos e antigos concorrentes

 

O Banco de Portugal está convencido que o novo procedimento será mais rápido que o anterior. O anterior processo de venda estendeu-se por nove meses.

O regulador liderado por Carlos Costa acredita que um concurso, a lançar no futuro, atrairá novos candidatos para além daqueles 15 que estiveram na corrida do concurso lançado em Dezembro. 

 

Últimas negociações falhadas

 

Na fase final deste processo de venda, agora cancelado, a Anbang, a Fosun e a Apollo foram as três concorrentes convidadas a apresentar propostas vinculativas pela instituição financeira herdeira do Banco Espírito Santo. Contudo, o Banco de Portugal não conseguiu chegar a acordo com as potenciais compradoras – as primeiras chinesas, a terceira americana.

Para o regulador, "não foi possível obter melhorias que colocassem as propostas num patamar que o Banco de Portugal considerasse aceitável". O que conduziu ao cancelamento. 

 

A operação não acontece, assim, antes das eleições legislativas, marcadas para 4 de Outubro, nem antes de serem divulgados os resultados do teste de stress a fazer à instituição financeira, o que deverá acontecer em Novembro.



(Notícia actualizada com mais informações pelas 17h30)

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