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Banqueiros em uníssono contra medida "populista e demagógica" do PS nas comissões

Os CEO dos cinco principais bancos nacionais criticaram de forma unânime a proposta do PS de deixar de cobrar comissões de reembolso antecipado nos créditos com taxa fixa.

CEO dos cinco maiores bancos na conferência 'Banca do Futuro' em novembro de 2024
CEO dos cinco maiores bancos na conferência "Banca do Futuro" em novembro de 2024 Mariline Alves
26 de Novembro de 2024 às 11:55

A proposta do PS de que os bancos deixem de cobrar uma comissão por reembolso antecipado do crédito à habitação concedido a taxa fixa é "populista e demagógica". Foi assim que o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, classificou a iniciativa na conferência "Banca do Futuro", organizada pelo Negócios.

O PS deixou cair a proposta de isentar de comissões os reembolsos antecipados de crédito à habitação a taxa fixa. A alteração, à qual o Negócios teve acesso, surge depois do parecer da Associação Portuguesa de Bancos (APB) que criticou a opção e deixou antever um encarecimento do crédito nesse cenário.

A crítica foi comum aos CEO dos cinco maiores bancos. O CEO do BPI afirmou que se trata de uma "quebra de confiança" e que daqui "espera tudo dos legisladores"

Miguel Maya, CEO do BCP, corroborou, acrescentando que "foi uma forma de dar respostas simples e imediatas a problemas complexos". Maya explicou que "tem um custo traduzir taxa variável para fixa e que o banco assume esta perda". Do ponto de vista da "racionalidade económica é absolutamente irracional" e, por isso, tem "dificuldade em entender esta medida".

"Se se limitar os custos de oferecer um produto deixa de ser possível oferecer" e "tem consequências indesejadas", disse ainda Mark Bourke, CEO do Novo Banco.

Uma crítica que foi comum nas declarações do CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e do CEO do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, foi a forma como se tem legislado. "A discussão da medida em causa não devia ser feita ao nível do orçamento do Estado, devia ser um processo legislativo normal para se estudar o impacto", disse Castro e Almeida. "O valor não se destina a remunerar um serviço do banco, mas uma penalização que pode resultar para o banco de uma antecipação de um crédito", explicou.

Macedo criticou ainda o facto de "se legislar sobretudo por regulamento e portaria", dado não existir acordo num Parlamento muito fragmentado para a votação de uma lei. O responsável máximo do banco público disse que a media "é tipicamente o que se designa por cavaleiros orçamentais".

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