BBVA faz finca-pé. Vai levar a OPA sobre Sabadell até ao fim
Banco mantém a intenção de criar o segundo maior banco espanhol, apesar da oposição dos acionistas do Sabadell e do governo espanhol. Objetivo é, agora, o de ter o prospeto aprovado pela CNMV em setembro.
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O BBVA vai manter a sua oferta pública de aquisição (OPA) hostil lançada sobre o Banco Sabadell. Carlos Torres, “chairman” do banco, garante que apesar de todos os entraves à operação, continua a fazer sentido o negócio que levará à criação o segundo maior banco do país.
Após as últimas assembleias de acionistas do banco catalão, o BBVA “decidiu não retirar a oferta por este motivo e, portanto, ela permanece em vigor de acordo com os regulamentos aplicáveis”, informou o banco à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola, esta segunda-feira.
Fontes do banco presidido por Carlos Torres e citadas pelo El País, revelam que o banco planeiam atualizar e publicar todas as informações relevantes sobre a OPA hostil “assim que o prospeto for aprovado pela CNMV, provavelmente no início de setembro”. Depois disso, a resolução deverá ser votada pelos acionistas do banco até ao final do mês ou início de outubro.
O BBVA insiste na OPA apesar das decisões tomadas pelo Sabadell para se defender desta operação. Os acionistas do banco aprovaram o pagamento de um dividendo extraordinário de 2,5 mil milhões de euros, uma parte substancial do encaixe obtido com a venda da unidade britânica, o TSB.
Esta OPA hostil de cerca de 11 mil milhões de euros, que o BBVA quer levar até ao fim, já antes tinha enfrentado um travão por parte do governo espanhol. Recorde-se que o executivo tinha decidido que para proteger o interesse geral do país a compra, a acontecer, não poderia levar ao desaparecimento do Sabadell nos próximos três anos, reduzindo assim as sinergias do negócio.
Carlos Cuerpo, ministro da economia de Espanha, garantiu na altura que se trata de uma "condição proporcional e equilibrada que não impede o avanço do processo". "Isto não constitui um obstáculo ao avanço do processo de integração a nível europeu e da união bancária. Estamos a proteger os interesses gerais numa transação doméstica".
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