Caixa resiste à queda da margem e melhora lucro para 1,4 mil milhões
Banco público atingiu nos primeiros nove meses um resultado 2% superior ao do período homólogo.
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a bater recordes de resultados. Apresentou mais um lucro histórico: atingiu um resultado de 1,4 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Conseguiu assim resistir à queda e posterior estabilização das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), que impactam a margem financeira, e ainda melhorar os números comunicados em setembro do ano passado (1.369 milhões de euros).
"O volume de negócios cresceu 10 mil milhões de euros", para 172 mil milhões de euros consolidados, salientou o CEO da instituição financeira na apresentação dos resultados. Paulo Macedo sublinhou também que os novos créditos à habitação ultrapassaram 4 mil milhões de euros. A Caixa está a conceder uma média de 450 milhões de euros mensais em empréstimos para compra de casa.
A melhoria dos resultados foi alcançada apesar da queda de 200 milhões de euros da margem financeira no contexto de descida das taxas de juro. O encaixe foi de 1.916 milhões de euros. A queda foi de aproximadamente 10%.
A queda da margem tem sido combatida pela Caixa com uma estratégia de aquisição de títulos de dívida soberana e supranacionais de risco reduzido, não apenas portugueses. Portugal representa 23% da carteira quer no total é de 26,9 mil milhões de euros.
A receita com as comissões seguiu praticamente inalterada nos 439 milhões de euros.
O resultado líquido já reflete a devolução, pelo Estado, de 29 milhões de euros devida pelo adicional de solidariedade, anulado por inconstitucionalidade.
A carteira de crédito em Portugal, aumentou 3,3 mil milhões de euros para 51 mil milhões neste período, com um crescimento no sector de empresas e institucionais (mais 1,2 mil milhões de euros) e no de particulares (mais de 2 mil milhões, quase todos - 1,9 mil milhões - garantidos pelo crédito à habitação. Os novos empréstimos para comprar casa, aliás, dispararam 49%. A carteira de crédito à habitação alcançou quase 27,5 mil milhões de euros, num aumento de 10%. O "Loan-To-Value" médio é de 60%.
A garantia pública de apoio aos jovens ajudou. A CGD já contratou 6.650 empréstimos ao abrigo do regime no valor global de 1,3 mil milhões de euros. O número total de pedidos foi de 12.800 num valor global de 2,5 mil milhões de euros.
O crédito ao consumo contribuiu com 100 milhões de euros).
Os recursos de clientes cresceram 5% e ultrapassaram a fasquia dos 100 mil milhões de euros. Foram 103 mil milhões. Os depósitos representam 79 mil milhões (mais 5%) e os outros produtos, como fundos ou seguros financeiros, valem 24 mil milhões (também mais 5%).
Neste ano e em 2024, "a Caixa já pagou ao Estado mais de 1,5 mil milhões de euros de IRC e irá ainda entregar cerca de 200 milhões de euros em pagamentos por conta de IRC do atual exercício, superando os 1,75 mil milhões de euros", salienta o banco no documento que detalha o resultado.
No capítulo dos rácios de capital, a CGD apresentava em setembro um CET 1 de 21,32%, que se situa em mais do dobro do requisito.
Em atualização
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