O presidente-executivo do banco italiano Monte dei Paschi di Siena – o mais antigo do mundo – está a ser investigado por suposta manipulação do mercado e obstrução das autoridades reguladoras na operação de aquisição do rival Mediobanca.

A informação avançada pela Bloomberg refere que o CEO, Luigi Lovaglio, foi já notificado pelas autoridades e que o banco estará a colaborar na investigação em curso, estando confiante de que agiu dentro da lei, de acordo com um comunicado de imprensa.

O jornal italiano Il Corriere Della Sera noticiou que procuradores de Milão estão a investigar Lovaglio e outras duas pessoas — o multimilionário Francesco Gaetano Caltagirone e o presidente da “holding” de investimentos Delfin Sarl, Francesco Milleri — por alegadamente agirem em conluio num negócio que permitiu ao Monte dei Paschi assumir o controlo do Mediobanca este ano.

Recorde-se que o Monte dei Paschi concluiu a aquisição do Mediobanca por 17 mil milhões de euros no início de setembro, criando o terceiro maior banco transalpino, numa transação que foi apoiada pelo Governo italiano liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni.

O banco lançou a oferta pública de aquisição (OPA) em janeiro - cerca de dois meses depois de o Governo ter vendido uma participação de 15% no Monte dei Paschi a um pequeno grupo de compradores, incluindo Caltagirone e a família Del Vecchio. Estes dois investidores também eram os maiores acionistas do Mediobanca. A agência de notícias financeiras avança ainda que esta compra de uma parte das ações do Monte dei Paschi vendidas no final do ano passado pelo Governo italiano também estarão sob investigação.

Procuradores alegam que o acordo relativo à OPA sobre o Mediobanca foi ocultado aos reguladores, incluindo o Banco Central Europeu.

O processo de investigação terá sido desencadeado por uma queixa apresentada pelo Mediobanca durante o decorrer deste ano.

As ações do Monte dei Paschi já estão a reagir ao anúncio da investigação e perderam 4,56% esta quinta-feira, para os 8,33 euros.