Garantia pública “não deve ser medida para ficar”, defende CEO do Santander
Pedro Castro e Almeida, que está de saída do cargo da presidência executiva do Santander Portugal, considera que a garantia do Estado de apoio aos jovens tem de ser transitória.
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A garantia pública de apoio aos jovens na compra da primeira casa a crédito não pode prolongar-se indefinidamente, defende o CEO do Santander.
Na conferencia “Banca do Futuro”, organizada pelo Negócios, Pedro Castro e Almeida afirmou que “tudo o que sejam medidas no lado da procura têm de ser transitórias. Se estivermos a falar de um período de três anos pode ser uma medida transitória."
A medida que ajuda os jovens até aos 35 anos a obterem financiamento de 100% do valor do imóvel – dispensando o capital inicial para a chamada “entrada” – tem tido forte procura e contribui para o aumento do preço das casas.
O ainda presidente executivo do Santander – que está de saída para ocupar um cargo no grupo Santander, em Espanha – entende também que por regra, não é boa ideia financiar 100% do valor da habitação.
CEO do Santander Portugal
Com o seu plano de sucessão a colocar no cargo de CEO a atual administradora executiva Isabel Guerreiro, Castro e Almeida garante que a escolha não foi uma preferência de género. “Nunca seria escolhida uma pessoa por ser mulher”, afirmou, completando que “os critérios de escolha de um futuro CEO passam por pessoas que percebam de banca mas que possam ter um perfil mais tecnológico do que provavelmente eu tenho”. Posto isto, “é sempre bem vinda a diversidade”.
O presidente executivo do Totta manifestou-se também favorável a que o país se posicione para promover nomes portugueses em altos cargos no Banco Central Europeu. Mário Centeno tem sido apontado para a vice-presidência do BCE.
“Faz todo o sentido”, defendeu. “Parto do princípio que quem está candidato a qualquer cargo tem capacidade para exercer esse cargo. Não há meias medidas: faz todo o sentido e tem de fazer parte da agenda do Governo ter portugueses em cargos europeus”, disse, com o Ministro das Finanças a observar da primeira fila.
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