Juros mais baixos encolhem lucros do Crédito Agrícola
Instituição liderada por Licínio Pina fechou o primeiro trimestre com um resultado líquido ligeiramente abaixo dos 100 milhões de euros. A descida dos juros pesou nas contas.
O Crédito Agrícola fechou o primeiro trimestre com lucros de 99,8 milhões de euros, um quebra de 12,6% face ao mesmo período do ano passado explicada pela redução da margem financeira fruto da descida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Em comunicado, o banco salienta que o "produto bancário core cifrou-se em 230,9 milhões de euros, representando uma quebra homóloga de 33,6 milhões de euros (-12,7%)". Esta quebra traduz a descida de 16,8% da margem financeira, mas também a de 6,7% nas comissões.
"O desempenho do grupo no primeiro trimestre de 2025, revelou-se muito positivo face às condições de ajustamento de taxas verificadas nos mercados, na sequência da descida constante e persistente das taxas Euribor auxiliadas pelos cortes sucessivos das taxas directoras do BCE", diz Licínio Pina, presidente do Crédito Agrícola.
Além dos juros mais baixos, o banco aponta também como fator para a quebra nos lucros o crescimento dos custos de estrutura em 6,9% para 113,8 milhões de euros (+7,4 milhões de euros face ao período homólogo), "decorrentes sobretudo do esforço do Grupo com o aumento de custos com pessoal em 7,4% face ao período homólogo (+4,9 milhões de euros)".
Crédito a crescer
Uma das formas que a banca tem utilizado para mitigar o impacto dos juros mais baixos é através do aumento do volume de crédito. O Crédito Agrícola reforçou a carteira, mas não o suficiente para anular o impacto.
"Na carteira de crédito a clientes (bruto) verificou-se um crescimento de 223 milhões de euros face a dezembro de 2024 (+1,7%), para 12.965 milhões de euros, ligeiramente superior à taxa de crescimento do mercado como um todo, cifrando-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em 6%", diz.
Também os depósitos aumentaram: "ascenderam a 21.986 milhões de euros no final de março de 2025, o que compara com 22.019 milhões de euros em dezembro de 2024 (-0,2%), com a quota de mercado do Crédito Agrícola a cifrar-se em 8,0% em março de 2025".
"A taxa média dos depósitos de clientes observou um acréscimo marginal, de 0,06 pontos percentuais (p.p.) para 0,94%", um movimento contrário ao que se observou na taxa dos créditos. "A taxa média do crédito a clientes diminuiu 0,99 p.p. para 4,70%" no primeiro trimestre face ao homólogo.
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