Lucro do BCP cresce 3% para 502 milhões até junho
Margem subiu 3,3%, contrariando a queda das taxas do BCE. Resultado em Portugal cresceu para 424 milhões de euros.

O BCP registou um lucro de 502,3 milhões no primeiro semestre, numa subida de 3,5% face ao mesmo período de 2024. Contrariou a queda das taxas de juro, com a margem financeira a registar ainda um aumento superior a 3%.
Foi "um trimestre com uma evolução positiva, muito alinhado com o plano estratégico que apresentámos ao mercado não obtante estarmos a viver um contexto macroeconómico mais complicado do que o antecipado", afirmou o CEO da instituição financeira, Miguel Maya na apresentação de resultados.
A evolução no resultado consolidado é acompanhado pelo da operação doméstica, que aumentou 3,2%, atingindo 424 milhões de euros. O contributo das operações internacionais o crescimento ligeiro de 0,5% levou a uma contribuição de 208,2 milhões de euros para o resultado conjunto.
A operação polaca rendeu 121,1 milhões, mais 43% do que em junho de 2024. Moçambique, por outro lado, caiu a pique: menos 48,8% do que no primeiro semestre de 2024, fixando-se em 23,7 milhões de euros. A evolução do BIM ficou "muito marcada pelo downgrade do rating da República", explicou o CEO Miguel Maya.
O Millennium conseguiu contrariar o efeito da redução das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE): a margem financeira consolidada ainda cresceu 3,3%, atingindo 1,44 mil milhões de euros. Em Portugal, caiu 2,2% para 658,8 milhões mas a operação internacional rendeu mais 8,4%, para um total de 785 milhões de euros.
O encaixe com comissões foi de 413,8 milhões de euros, mais 4% em junho de 2025 do que um ano antes. Em Portugal, cresceu mais: 6,7%, rendendo 307 milhões. Lá fora foi de 106,7 milhões, numa queda de 3,1%.
Os recursos de clientes atingiram 106,2 mil milhões de euros. Destes, os depósitos à ordem ultrapassam os 50 mil milhões de euros (eram 45,8 mil milhões em junho de 2024). Os depósitos a prazo totalizam 35,9 mil milhões (36,8 mil milhões no período homólogo). Em Portugal verificou-se uma queda ligeira dos depósitos a prazo (de 25,2 para 25,1 mil milhões), enquanto os depósitos à ordem cresceram de 28 mil milhões de euros para 30 mil milhões.
Em termos consolidados, a carteira de crédito evoluiu 3,4% para 60,2 mil milhões de euros. O crédito à habitação contribuiu para este crescimento com mil milhões de euros, atingindo 29,3 mil milhões de euros. O crédito pessoal subiu de 72, mil milhões de euros para 7,6 mil milhões. O volume de empréstimos a empresas aumentou de 22,9 para 23,4 mil milhões de euros.
Em Portugal, a carteira totalizou 41,5 mil milhões de euros em junho, depois de ter crescido 4,6% face ao valor registado um ano antes.
Rácios de capital acima do requisito
No capítulo dos indicadores de solidez, o BCP teve um CET 1 ("Common Equity Tier 1") de 16,2%, mantendo o valor de há um ano, muito acima do requisito de 9,58%.
O rácio de capital total foi de 20,2%, também muito acima do requisito de 14,07%.
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