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Papa escolhe Jean-Baptiste de Franssu para liderar o Banco do Vaticano
O antigo presidente da financeira Invesco foi o nome escolhido para liderar o Banco do Vaticano no âmbito da reorganização da estrutura directiva promovida pelo Papa Francisco após as polémicas relacionadas com lavagem de dinheiro.
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O Papa Francisco já escolheu o nome do sucessor de Ernst von Freyberg para presidir ao Instituto para as Obras da Religião (IOR), o nome institucional do Banco do Vaticano. O até aqui CEO da financeira Invesco, Jean-Baptiste de Franssu é o novo presidente do IOR, permitindo ao Papa Francisco prosseguir a reestruturação organizativa e directiva iniciada ainda no ano passado depois de estalar a polémica que envolve o Banco do Vaticano em suspeitas de fraude e branqueamento de capital.
Franssu de 51 anos é casado e tem quatro filhos, sucede assim a Freyberg, que havia sido uma escolha do antecessor de Francisco, o Papa Bento XVI, em Fevereiro do ano passado.
O antigo líder da Invesco, que tem a particularidade de ser um homem que vem directamente da área financeira, sem qualquer ligação à Santa Sé, terá também a missão de garantir uma gestão baseada na transparência. Franssu parece estar em linha com a vontade do Papa argentino que pretende o IOR voltado para o apoio aos mais desfavorecidos.
Em declarações aos jornalistas, Franssu afirmou ter como objectivo nesta sua nova missão "promover investimentos católicos éticos". "Vejo este trabalho como uma missão à igreja, semelhante à de muitos católicos no mundo que também estão a ajudar a Igreja. Farei os possíveis para corresponder às expectativas que recaem sobre mim e para seguir o excelente trabalho feito por Ernst von Freyberg", afirmou citado pela Rádio Renascença.
Foi o próprio cardeal australiano George Pell, que assumiu entretanto a função de auditor-geral, enquanto chefe do recém criado Secretariado da Economia, com o objectivo de garantir a supervisão das actividades do banco, a anunciar o nome de Franssu. Pell considera que esta escolha demonstra que o IOR "está num período de transição pacífica e natural".
O cardeal australiano aproveitou ainda, citado pela Bloomberg, para lembrar que "a nossa ambição é tornarmo-nos um modelo de gestão financeira em vez de um motivo para ocasionais escândalos". A nova liderança papal assumiu desde início do pontificado de Francisco que haveria uma reformulação nas estruturas do IOR, algo que também beneficiaria a imagem da igreja.
Num documento entretanto disponibilizado pelo Vaticano é asseverado que "foram alcançados grandes progressos com a adesão aos padrões internacionais", podendo ler-se ainda que "um novo quadro anti-lavagem de dinheiro foi colocado em prática e todos os esforços servirão para melhorar a sua capacidade".
(Actualizada às 13h57m)