Pedro Reis recusa convite para a CGD
O presidente da AICEP recusou o convite para administrador não executivo da CGD porque os outros bancos não disseram, através da Associação Portuguesa de Bancos, que não se opunham à sua nomeação.
Pedro Reis colocou duas condições para aceitar o convite para integrar a administração da CGD: não ser remunerado e a não oposição formal da Associação Portuguesa de Bancos (APB) à sua nomeação. Uma informação dada por fonte oficial da AICEP.
O facto de a APB não ter dito formalmente que não se opunha à nomeação de Pedro Reis levou o presidente da AICEP a declinar o convite para administrador não executivo que lhe foi dirigido pelo Governo. Registe-se que a APB é presidida por Fernando Faria de Oliveira que assumia, ainda sem substituição formal, o cargo de ‘chairman’ da CGD.
De acordo com o comunicado emitido por Pedro Reis, apesar de considerar que a administração não executiva da CGD “poderia contribuir para fomentar importantes sinergias entre a missão da AICEP e a missão do Banco Público no que toca, nomeadamente, ao fomento das exportações, da internacionalização das empresas portuguesas e do financiamento do investimento” entendeu que deveria assegurar duas condições, uma relacionada com a remuneração e outra com a relação com os outros bancos.
“A primeira condição”, escreve Pedro Reis no comunicado, “foi a de que a minha função não fosse remunerada a qualquer título, de forma a assegurar o estrito cumprimento do estipulado quanto ao estatuto do gestor público”.
“A segunda condição”, acrescenta, “decorre de um imperativo ético e de consciência”. E explica que “dada a relação transparente, imparcial, isenta e idónea que a AICEP deve ter e manter com todas as Instituições financeiras sem exceção”, considerou “que se deveria obter formalmente a não oposição por parte da Associação Portuguesa de Bancos” à sua nomeação.
Conclui afirmando que, “como não foi possível assegurar integralmente as condições” decidiu “declinar o convite”. A condição que não foi cumprida foi a não oposição da APB à sua nomeação.
Com esta recusa a composição da nova administração da Caixa que estava concluída volta a ter em falta um dos sete administradores não executivo.
A administração executiva da CGD está completa e com aprovação da comissão Billhim (Cresap). O presidente executivo é José de Matos, e os restantes elementos são Nuno Fernandes Thomaz, João Palma, José Cabral dos Santos, que vêm da anterior equipa e aos quais se juntam Ana Cristina Leal, Maria João Carioca e João Coutinho.
Os não executivos, após a recusa de Pedro Reis, são José Crespo de Carvalho, Eduardo Paz Ferreira, Pedro Pimentel, José Vieira Branco, Helder dos Reis e o chairman Álvaro Nascimento.
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