Dona da Viriato Funerárias usa Claro após comprar três lavandarias industriais
João Coelho Borges morava em Draycott Place, nome de uma pequena povoação do Reino Unido cuja nome deriva de “dry coat” (casaco seco), quando começou a sua carreira em Finanças, há mais de duas décadas, em Londres.
Batizada de Draycott, a capital de risco que João Coelho Borges fundou em 2019 tem um portefólio recheado de empresas como a Sublime Hotels (unidades na Comporta e em Lisboa), o Lisbon Camping (um parque com 38 hectares em Monsanto, Lisboa), a Totalmédia (distribuidora "last-mile"), a Pradecon (estruturas metálicas para a montagem de painéis solares) ou a Purever (fabricante de produtos de isolamento e refrigeração).
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Já este ano, realizou o seu maior investimento de sempre:
aliou-se à “holding” da família dona da Jerónimo Martins na compra da fabricante
de embalagens de vidro para a área da beleza e cosmética de luxo por 490
milhões de euros.
E meteu-se no negócio das funerárias, juntamente com as suas congéneres Melo Capital e Premium Peculi, tendo já adquirido 11, que opera sob o chapéu Viriato Funerárias Portuguesas, que prevê triplicar a faturação nos próximos cinco anos para os 22 milhões de euros, ambicionando destronar a Servilusa da liderança do setor.
Entretanto, a Draycott anunciou esta sexta-feira, 5 de dezembro, o projeto de consolidação das lavandarias industriais VivaWashing, NovaWash/SerlimaWash II e Staro, originando a marca nacional Claro.
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Com capacidade sazonal de até 40 toneladas por dia, a Claro posiciona-se agora como o segundo maior operador nacional do setor, num movimento que responde à elevada fragmentação do mercado português.
“Num setor atualmente composto por mais de 60 operadores e apenas um líder de grande escala – com quota de mercado superior a 25% – a Claro visa responder à crescente procura impulsionada pela expansão do turismo, pela tendência de ‘outsourcing’ de serviços têxteis e pela recuperação económica pós-pandemia”, adianta, em comunicado.
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A execução do projeto é liderada pela Draycott, enquanto acionista de controlo, apoiada pelo reinvestimento dos acionistas das empresas adquiridas, explica a Draycott.
“A Claro surge de uma necessidade de evolução e enaltecimento de um serviço que é verdadeiramente crítico para setores tão relevantes para a nossa economia como a hotelaria, a saúde e a indústria. Visa não só melhorar a oferta existente, mas, principalmente, criar as condições certas para fazer melhor – de modo Claro, consistente, estruturado, sustentável e, acima de tudo, alinhado com o que o mercado realmente exige”, afirma Marta Bento, que transitou do “board” da Draycott para o cargo de CEO da Claro.
Num mercado que gera 145 milhões de euros, com margens estruturais de EBITDA entre 20% e 30%, a Claro, “sob a ‘tagline every cycle counts’, prevê uma expansão faseada até 2030, com crescimento orgânico sustentado e a integração de novos operadores regionais.
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“O projeto contempla agora mais aquisições que visam consolidar a ambição de constituir um operador nacional competitivo face aos grandes grupos internacionais presentes no mercado”, promete.
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